O mobile banking faz parte da rotina de cada vez mais pessoas e, para atender a essa demanda crescente, os bancos e instituições financeiras investem constantemente em novos recursos online para seus clientes. Nesse contexto, o Banco Central autorizou na terça-feira, 27 de novembro, a abertura de contas online por pessoas jurídicas.
Neste post, entenda a novidade e descubra os desafios e oportunidades que ela traz.
O que você vai conferir:
O que o Banco Central fala sobre abertura de conta online para empresas
A Resolução nº 4.697 elimina a necessidade de empresas enviarem representantes pessoalmente à agência bancária para abrir uma conta em nome da pessoa jurídica. Até então, a abertura de contas por meio eletrônico era autorizada somente para pessoas físicas e, desde janeiro de 2018, também para microempreendedores individuais (MEI).
Para tanto, o Banco Central estabelece que a instituição financeira que liberar a abertura online de contas para as corporações deve necessariamente garantir a segurança e a idoneidade das informações utilizadas para a abertura da conta bancária. Em comunicado à imprensa, o Banco informa que é preciso “adotar procedimentos, salvaguardas e controles que permitam confirmar e garantir a identidade do proponente”.
Além disso, “a integridade, a autenticidade e confidencialidade das informações prestadas” precisam ser garantidas pela instituição financeira. O objetivo, como declara o Banco Central, é certificar a segurança, mitigar riscos, evitar fraudes, prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo.
A notícia abre caminho para que os bancos digitais alcancem também o mundo corporativo, pois agora poderão oferecer contas para as empresas sem a necessidade de contar com uma agência física.
Os novos desafios para as fintechs e bancos digitais
Os bancos digitais e as fintechs não param de crescer em um ambiente que há não muito tempo era dominado por instituições financeiras tradicionais. Segundo estudo do Goldman Sachs, os bancos perdem aproximadamente U$ 4,7 trilhões de sua receita global para as fintechs.
Cada vez mais pessoas físicas aproveitam as vantagens e facilidades proporcionadas por essas organizações, desde processos cotidianos como transferências e pagamentos até procedimentos mais complexos e delicados, como a própria abertura de conta.
Entretanto, as empresas ficavam de fora de boa parte dessas possibilidades por causa das limitações impostas pelo Banco Central, ainda não totalmente adaptado às inovações do setor financeiro e bancário.
A autorização para que contas bancárias de pessoas jurídicas possam ser abertas pela internet é um passo importante na direção de um sistema financeiro totalmente digital. Porém, isso implica em novos desafios para as fintechs e bancos digitais. Saiba quais são eles.
1. Diferenciação dos procedimentos regulares de abertura de conta
Nas agências físicas, os procedimentos de cadastro para abertura de conta entre as pessoas físicas ou MEIs e entre as pessoas jurídicas é diferenciado. Isso deve manter-se na abertura de conta digital para empresas.
Afinal, como há uma série de regulamentações e processos específicos que devem ser atendidos pelas instituições financeiras em relação a seus clientes corporativos, é preciso garantir que o processo siga as mais altas e rigorosas exigências de compliance e segurança.
Os bancos que nasceram digitais e as fintechs não estão habituadas a atender corporações, justamente pelas limitações impostas até então. Portanto, será preciso desenvolver processos internos eficazes, ágeis e seguros para aproveitar as oportunidades originadas pela nova demanda.
2. Validação remota de documentos corporativos
Abrir a conta de uma empresa exige um número maior de documentos e comprovações do que a de uma pessoa física. Sendo assim, é necessário encontrar meios de receber e verificar cada um desses documentos remotamente.
E mais: é preciso fazer isso com agilidade, eficácia e segurança. Deve-se considerar ainda a importância de certificar a veracidade, a privacidade e a integridade desses dados.
3. Combate a casos de fraude
A criação de organizações falsas para a abertura de contas online e golpes torna-se uma possibilidade para as instituições financeiras digitais. Sendo assim, é preciso reforçar as medidas de prevenção à fraude e fazer verificações constantes para ter certeza de que seus clientes corporativos são quem eles dizem ser e estão agindo dentro da lei.
4. Prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo
Obedecer a procedimentos de AML (Anti Money Laundering, ou Prevenção à Lavagem de Dinheiro-PLD) torna-se ainda mais importante quando uma instituição financeira lida também com empresas.
Vale lembrar que o próprio Banco Central já se posicionou de modo que as instituições por ele reguladas sejam obrigadas a criar controles e procedimentos internos para esse fim, sendo as instituições e seus diretores responsáveis por eventuais fraudes, conforme o caso.
Essas medidas também atuam para impedir que bancos e fintechs façam negócios com organizações ligadas ao terrorismo ou que movimentem dinheiro com origem em atividades ilícitas ou conectadas ao terrorismo.
Sendo assim, é necessário implementar novas formas para garantir o compliance e para reforçar os processos já existentes nesse sentido. Além de atender às medidas que regulamentam o mercado financeiro, isso também ajuda a evitar fraudes e seus consequentes prejuízos.
Como superar esses desafios e aproveitar as oportunidades
Se há novos desafios, também há novas oportunidades a serem exploradas pelas fintechs e demais instituições financeiras. Portanto, invista continuamente em práticas e processos inovadores para sair na frente da concorrência e trazer mais eficiência e segurança para seus serviços destinados a clientes empresariais. Veja como.
1. Reveja e otimize seus processos
Como já mostramos, há diferenciações entre todo o processo de um cliente pessoa física e pessoa jurídica. Portanto, o primeiro passo para preparar-se para a nova demanda é rever todos os processos que serão utilizados na abertura online da conta e manutenção dessa conta para clientes corporativos. O que é preciso mudar neles para obedecer às leis e regulamentações do mercado? Quais passos e exigências precisam ser acrescentados?
Em seguida, otimize os processos já existentes e que passarão a fazer parte do processo para as corporações. Eles podem precisar de reforços na segurança ou na capacidade para conseguirem atender aos clientes empresariais, que terão um fluxo mais intenso de processamentos.
2. Digitalize o onboarding e elimine seu backoffice
Apesar de terem um processo de onboarding digital em relação à captura de documentos, muitos bancos digitais e fintechs ainda dependem de processos manuais para a verificação e validação dos documentos de seus clientes.
Entretanto, o backoffice representa gastos de tempo e de dinheiro que poderiam ser diminuídos consideravelmente — ou até mesmo eliminados — por meio da digitalização do processo de onboarding como um todo, desde o momento em que o cliente corporativo faz seu cadastro até a validação da identidade e da idoneidade da empresa, chegando então à aprovação e abertura da conta online.
3. Automatize os processos de compliance
Assegurar o compliance com todas as leis e processos é algo demorado e trabalhoso quando realizado exclusivamente pela sua organização.
Sendo assim, investir em tecnologias para automatizar essas demandas faz toda a diferença para trazer mais eficiência e produtividade para a empresa e, com isso, capacitá-la para melhor receber os clientes corporativos.
Além disso, obedecer a todas as normas de compliance é fundamental para garantir o crescimento e para evitar casos de fraude e preservar a privacidade dos dados dos clientes — tanto pessoas físicas quanto jurídicas.
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