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Privacidade dos dados de clientes: como e por que implementar Privacy by Design

by Gabriel Duque

Mais de um ano antes de entrar em vigor, a Lei Geral de Proteção de Dados já está mudando a forma com que as empresas enxergam a segurança e a privacidade dos dados de clientes. Nesse contexto, o Privacy by Design mostra-se cada vez mais relevante.

O conceito diz respeito à implementação de procedimentos e cuidados de segurança desde o desenvolvimento de um produto ou serviço, que terá a privacidade como algo fundamental. E isso não acontece apenas para que as organizações sigam devidamente a LGPD, mas também para que fiquem adequadas às expectativas de seus clientes.

Ao implementar o Privacy by Design, a privacidade torna-se parte da própria arquitetura do produto ou serviço que envolva dados pessoais, presente desde a sua concepção. Com isso, é possível garantir com mais assertividade a segurança e a privacidade na preservação, no gerenciamento e no bom uso dos dados de clientes.

Neste texto, vamos explicar melhor como e por que implementar o Privacy by Design, ou PbD, na sua empresa. Acompanhe!

Por que preocupar-se com privacidade desde o início

Apesar de ganhar cada vez mais importância, o Privacy by Design não é algo novo. As primeiras ideias relacionadas ao conceito começaram a circular na década de 70 e, em 1995, tornaram-se parte do Diretivo 95/46/EC do Parlamento Europeu, que regulamenta a proteção em relação ao processamento e à movimentação de dados pessoais.

O diretivo estabelece que “medidas técnicas e organizacionais devem ser tomadas ainda no momento do planejamento de um sistema para proteger a segurança dos dados”.

Por trás do Privacy by Design, está o entendimento de que é mais fácil e mais eficiente obedecer e seguir as regulamentações internas e externas de proteção de dados quando um produto, serviço ou tecnologia já nasce integrado a elas. Hoje, isso não é mais um diferencial competitivo para as organizações, mas uma exigência sob a LGPD e a General Data Protection Regulation (GDPR), da União Europeia.

Os avanços da tecnologia tornam os dados pessoais cada vez mais relevantes para empresas que utilizam, por exemplo, biometria ou machine learning. Ter acesso a mais informações sobre o cliente pode ser um caminho para uma maior personalização de produtos e serviços, mas isso também exige responsabilidade, cuidado e ética no uso e no armazenamento desses dados pessoais.

O Privacy by Design garante que isso aconteça desde a concepção de cada processo que envolva dados pessoais de um indivíduo. Com isso, a privacidade torna-se parte intrínseca do produto ou serviço, e não um adicional.

Como implementar o Privacy by Design na sua empresa

Para que a privacidade seja integrada aos processos e produtos da empresa, é fundamental seguir alguns preceitos e entender a importância do Privacy by Design.

Previna ao invés de remediar

O conceito de Privacy by Design entende que a prevenção é uma maneira muito mais efetiva de lidar com problemas relacionados à privacidade do usuário, como vazamentos e mau uso dos dados de clientes. O PbD não estabelece medidas de resolver problemas, pois trabalha para que eles não aconteçam.

Comprometer-se a estabelecer e implementar processos eficientes para a proteção da privacidade deve ser a base do Privacy by Design. Isso exige comprometimento por parte de todos os colaboradores da empresa, que precisam entender também a importância dessa prevenção. Afinal, esses processos precisam passar por verificações e melhorias contínuas para que a empresa possa evoluir sem deixar a privacidade de lado.

Esses processos devem incluir meios de, por exemplo, reconhecer projetos falhos em relação à privacidade, antecipar práticas contrárias ao PbD e quais consequências elas teriam e a correção de quaisquer impactos negativos antes que eles efetivamente ocorram.

Estabeleça a privacidade como padrão

Falar de Privacy by Design exige que abordemos também a ideia de Privacy by Default, que faz parte do PbD e entende que essa questão deve ser considerada padrão.

Ou seja, em uma rede social, por exemplo, as opções relacionadas à privacidade do usuário e dos seus dados e conteúdos devem estar automaticamente definidas de maneira a proteger esses dados, e não a compartilhá-los. Caso a pessoa prefira compartilhar essas informações, ela precisa alterar as configurações correspondentes — e não o contrário.

Dessa forma, você garante o máximo de proteção possível ao cliente e certifica-se que qualquer usuário receberá as melhores opções de privacidade, mesmo que ele não entenda tão bem sobre cada configuração do seu acesso. Afinal, como o sistema/produto/etc. foi desenvolvido sob o PbD, o indivíduo não precisa fazer nada para que sua privacidade seja protegida.

Implemente privacidade sem comprometer outros processos

Muitas empresas enxergam a preocupação com a privacidade como um peso, algo capaz de prejudicar a segurança ou outros componentes fundamentais para a eficácia de um produto ou serviço. Isso não poderia estar mais distante do Privacy by Design, que visa mostrar que privacidade e segurança podem sim funcionar lado a lado.

Afinal, o PbD não busca apenas implementar a privacidade desde o início, mas fazer isso de forma a trazer resultados e benefícios concretos tanto para a empresa quanto para o usuário. Estabelecer parâmetros e ferramentas para a proteção da privacidade ainda na concepção de um projeto deve acontecer sem que a funcionalidade plena do produto ou serviço seja comprometida.

Buscando a multifuncionalidade, o PbD combate a ideia de que valorizar a privacidade do usuário é um empecilho para o pleno funcionamento e segurança do produto, do serviço ou da própria empresa. Dessa forma, o conceito incentiva a criatividade e a inovação para alcançar esses objetivos.

Aja com transparência

O PbD entende que visibilidade e transparência são fundamentais para que uma empresa possa transmitir confiança e, assim, realmente tornar-se uma organização que valoriza a privacidade do usuário desde o início até o final de determinado processo.

Para tanto, é necessário que esses processos passem por constantes verificações, em que será analisado se eles estão ocorrendo de acordo com as práticas determinadas.

Isso diz respeito, por exemplo, ao armazenamento e uso dos dados de clientes. Essas informações devem ser devidamente documentadas e associadas a um determinado indivíduo, possibilitando um maior controle sobre o que é feito com elas e as medidas de proteção implementadas.

Tudo isso deve ser documentado e, de acordo com a LGPD, compartilhado com o usuário caso ele assim exija. Ele deve ser informado de quais dados a empresa precisa e, então, dar seu consentimento para tal uso. Se houver quaisquer mudanças em relação a isso, é necessário pedir o consentimento do indivíduo novamente.

O Privacy by Design é uma forma de sua empresa usar e armazenar os dados de clientes com responsabilidade e, assim, seguir a Lei Geral de Proteção de Dados e as regulamentações e processos de compliance. Mas, indo mais além, o conceito também abre espaço para estratégias inovadoras e para a construção de uma imagem de confiabilidade.

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