No final de Março, a One World Identity (OWI), promoveu o Know Identity Conference, evento que reúne as principais vozes no ecossistema de identidade digital. Entre esses estavam startups, regtechs, birôs de crédito e empresas de tecnologia. A IDwall foi à conferência e trouxe as principais tendências do evento.
Biometria
Em muitos países, o diferencial de produtos de credenciamento é a validação biométrica. Empresas que usam o acelerômetro do celular para detectar o padrão de movimento de um usuário, uso de digitais, verificações de íris ocular em pouco tempo de processamento, reconhecimento facial e de voz apresentaram diversas formas avançadas de autenticar usuários.
Novas regulamentações
Diretivas como o GDPR e a PSD2, grandes pacotes de leis que serão implementados nos Estados Unidos e na União Européia em breve, dominaram boa parte das discussões. Com elas, a discussão sobre o direito do esquecimento foi mencionado em quase todos os painéis.
Sem fricção
“Frictionless” foi uma das palavras mais repetidas durante evento. Todos buscam soluções para credenciar clientes sem atrapalhar a experiência do usuário. Soluções que podem gerar transtornos para o cliente estão totalmente fora de cogitação.
Papel do governo
Houve muito debate sobre o papel do estado quando se fala de identidade. Existe o consenso de que o objetivo dos governos não é criar uma individualidade absoluta e universal, e que os documentos gerados por órgãos públicos têm sentido para os processos dessas instituições. Sendo assim, empresas privadas podem usar isso como uma fonte de confirmação, mas esse nunca foi o propósito original deste documento. Apesar desse fato, os documentos emitidos por países ainda são peças essenciais para confirmação de identidade. Além disso, a maioria dos palestrantes se mostrou muito a favor de regulamentações para empresas de tecnologia e dados.
Data breach
Com os diversos vazamentos de dados em companhias americanas (como por exemplo Equifax, Yahoo!, Gmail, Deloitte, Uber e eBay) em 2017, foi impossível deixar de mencionar esse assunto. Grande parte da audiência foi afetada por isso e a discussão sobre dados e como armazená-los foi recorrente. Isso também mostrou que existe um grande movimento em direção a retenção de dados de maneira descentralizada.
Privacidade
Os vazamentos também levaram a uma conversa sobre privacidade e a conclusão é que os usuários sempre deveriam saber exatamente quais dados serão liberados para validação em cada checagem. E, em um cenário ideal, documentos digitais ou aplicativos poderiam exibir apenas se a pessoa está apta ou não para aquele contexto. Além disso, foi dito que privacidade não é sobre ter muitas regras e proteção, e sim sobre transparência.
População desbancarizada
A inclusão de imigrantes, pessoas isoladas geograficamente, refugiados e habitantes de países com governos instáveis é um dos grandes problemas quando se fala de identificação. Muitas dessas pessoas não participam de programas do governo, não conseguem empregos formais e também não são incluídos financeiramente devido a falta de algo que comprove a identidade deles e de informação para a liberação de crédito, por exemplo. Birôs de crédito para estrangeiros, psicografia, identidades baseada em reconhecimento facial, aplicações de blockchain foram algumas das alternativas apresentadas.
O número do celular vai ser o novo RG/CPF ?
Com diversas tecnologias de autenticação via app, o número de celular tem ganhado muita importância no credenciamento e no acesso a serviços. Em alguns países asiáticos, o número de celular serve para fazer pagamentos e com essas informações, também é possível liberar acesso a outros serviços, sem o uso de documentação do governo. A conclusão de muitos painelistas é que o número do celular pode sim ser uma fonte de validação importante, mas não será a identidade definitiva por si só, pois muitas pessoas não têm acesso a smartphones, além da troca frequente do número e operadoras.
No silver bullet
Todos os locutores foram perguntados diversas vezes sobre qual seria a forma de validação de identidade absoluta e a conclusão de todos é que algo assim não existe, e que essa validação precisa ser construída com diversas fontes de dados.
Identificação global
Em função das grandes e recentes correntes migratórias, muito se falou da necessidade e da possibilidade de uma identidade global. O mais próximo disso hoje são passaportes, que seguem, em alguma escala, um padrão internacional. Os mais novos usam chips de identificação – e isso foi uma inovação trazida e estabelecida por uma empresa privada. Os oradores também alertaram que os passaportes não são muito acessíveis, mas que isso é um exemplo de que apesar de estarmos longe de atingir uma única identidade global, é possível obter avanços.
Identidades digitais
Alguns formadores de opinião afirmam que os bancos poderiam ser os agentes capazes de criar algo como uma identidade digital, já que eles já têm os dados, o capital e a credibilidade. Porém muitas startups estão tentando montar isso com aplicativos que centralizam dados biométricos, informações cadastrais e documentos, e assim compor, com tudo isso, uma credencial robusta, segura e digital. Essas startups parecem mais interessadas nesse mercado que os bancos, e até tem bancos e outras instituições financeiras como clientes.
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