A escolha de um sistema operacional (SO) é um fator determinante para que o ambiente de trabalho das pessoas seja confortável, rápido e prático. Os SOs disponíveis (Windows, Linux, Mac), possuem vantagens e desvantagens que devem ser consideradas antes da adoção massiva por uma empresa.
As ferramentas disponibilizadas para manutenção e gerenciamento destes sistemas, por exemplo, costumeiramente não conversam entre si. Existem ainda questões relacionadas à finalidade, usabilidade, segurança, custos e suporte que também devem ser avaliadas.
Neste artigo, explico quais fatores foram determinantes para a escolha do sistema operacional utilizado na idwall, como isto tem nos ajudado a mitigar riscos e vulnerabilidades de segurança e quais desafios encontramos para nos mantermos fiéis a esta decisão.
O que você vai conferir:
Linux: o sistema operacional para Startups
Para uma startup, a escolha dos sistemas que irão compor a operação tem muito a ver com a maneira que ela inicia, em outras palavras o quanto de dinheiro está disponível para estes gastos.
No início, as pequenas empresas querem reduzir custos e otimizar ganhos com o menor número de recursos disponível. Neste momento, é óbvio que sistemas de código aberto levam vantagem.
Outro ponto importante sobre o momento da vida de uma startup é que no início das operações, utiliza-se mão de obra altamente capacitada. Ou seja, pessoas que já navegam muito bem em sistemas de alta complexidade. Então, a escolha por um sistema como o Linux, por exemplo, não é necessariamente um problema. Assim escolhemos o Ubuntu, como sistema operacional padrão da empresa.
É quase que uma decisão automática. Daquelas que não se pensa muito a respeito. Porque as muitas vantagens de uma sobressaem a outra. No entanto, uma ponderação mais demorada faz com que outras vantagens menos óbvias sejam levantadas. Vejamos:
1. O Windows é o sistema mais utilizado no mundo. Segundo o statista.com a Microsoft detém cerca de 76% da fatia do mercado de SOs, consequentemente, isso a torna o maior alvo para ataques cibernéticos e uma superfície mais comum para propagação de vírus, malwares, ransomware etc. Poderíamos utilizar o sistema da Apple, mas o custo é proibitivo.
2. Os sistemas baseados em Linux geralmente são desenvolvidos por uma comunidade vibrante de pessoas espalhadas pelo globo, e tem o seu código aberto. Isto dá liberdade para que pessoas do mundo inteiro encontrem falhas, bugs, vulnerabilidades e resulte em um sistema que atende mais rapidamente às necessidades de segurança. Praticamente todos os dias são lançados updates e patches de correção para que o sistema funcione de maneira plena e segura. Além da comunidade, várias empresas investem massivamente no desenvolvimento do sistema. Com isto, os sistemas baseados em linux se apresentam como uma opção bastante resistente a ataques de phishing e ransomware.
Segue um comparativo a respeito do número de vulnerabilidades ,separadas por fornecedor :
3. Ao longo dos anos, o Linux sempre ficou distante dos usuários finais, devido a complexidade de configurá-lo. Porém, conforme seu uso foi crescendo, o ambiente gráfico foi evoluindo até chegarmos nas distribuições Ubuntu e Fedora, que possuem uma interface amigável para utilização. As pessoas já não têm a mesma dificuldade de antes e contam com uma experiência mais próxima daquilo que elas já estão acostumadas. Em uma pesquisa interna com os usuários da idwall, notou-se, por exemplo, que o uso da linha de comando para execução de tarefas era algo pouco usado e restrito a um grupo muito específico da empresa e em momentos iniciais de configuração da máquina.
Os desafios do Ubuntu
O Ubuntu sempre esteve na vanguarda do ambiente Desktop Linux. Desde a época em que se entregava mídias inicializáveis (CDs) para as pessoas ao redor do mundo que desejavam “experimentar” e conhecer o projeto. O “Ubuntu” (conceito sulafricano para “humanidade com os outros”) se tornou sinônimo de “o sistema Linux para uso em computador pessoal e profissional”.
Ao contrário de outras atualizações, a versão 20.04 do Ubuntu, está acessível para usuários leigos e é incrivelmente poderosa para aqueles que já dominam a linha de comando. Entretanto, prestar suporte neste sistema operacional tem sido um desafio, especialmente quando falamos sobre compatibilidade de sistemas e programas comumente usados. Profissionais do ramo jurídico e financeiro tem necessidades de softwares cujas versões não foram criadas para sistema linux.
O Linux ainda carece de drivers para alguns tipos de hardwares e infelizmente as empresas não têm o mesmo empenho para desenvolver soluções especificamente para este sistema. Ainda sobre compatibilidade, alguns programas exclusivos de Windows como a Suíte Office, não são compatíveis com Linux e a curva de aprendizado para utilizar a suíte equivalente de código aberto é motivo de muita frustração entre os usuários.
Na idwall, 85% do ambiente é composto por distribuições Linux. Sustentar essa decisão apresenta benefícios como custo, segurança e estabilidade. No entanto, desafios como suporte, manutenção e curva de aprendizado não podem ser ignorados no processo de tomada de decisão.
Depois de termos tido nosso negócio validado e utilizado por centenas de empresas, poderíamos ter sucumbido ao uso de sistemas tradicionais, porém nos mantivemos fiéis à decisão de utilizar um sistema baseado em Linux e temos colhido bons frutos. Um sistema estável, com uma curva de aprendizado super curta e principalmente seguro nos fez mantermos o Linux como sistema padrão de nossos usuários. Felizmente os pontos fortes superam os pontos fracos.