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Como utilizar métricas ágeis para extrair o melhor do seu time de desenvolvimento

Mesmo com uma cultura cada vez mais voltada para dados e o surgimento constante de novas tecnologias, as organizações ainda sentem dificuldades ao delimitar formas para metrificar o desempenho de suas equipes de desenvolvimento, e isso se deve a alguns fatores principais. 

O primeiro deles é que não existe o entendimento apropriado para reconhecer que estratégias e métricas são essenciais quando se fala em desenvolver produtos user-centered, ou seja, focados em atender às necessidades do usuário. Também faltam informações sobre o próprio modelo de negócio e o funcionamento das equipes para que sejam escolhidos os números mais adequados na hora de avaliar o desempenho dos times.

Por isso, muitas empresas acabam perdendo tempo mensurando números errôneos ou olhando as chamadas “métricas de vaidade”, que não representam a performance real da equipe e acabam não sendo tão relevantes assim para a operação.

Determinar as métricas certas não só orienta a estratégia do negócio, como serve para avaliar se as ferramentas e os demais métodos utilizados no processo de desenvolvimento estão sendo, de fato, apropriados para a sua empresa.  Além disso, garante que a qualidade da entrega está alinhada entre os integrantes da equipe e que todos os esforços estão com foco em quem mais importa: o usuário. 

Neste texto, você vai saber o porquê sua empresa deveria adotar métricas ágeis na rotina de desenvolvimento e quais são os principais tipo de métricas utilizadas hoje.

Por que metrificar o desempenho do time de desenvolvimento? 

Além das métricas certas permitirem ao negócio mapear o sucesso da equipe, elas também podem auxiliar na detecção problemas, no estabelecimento de metas e, consequentemente, na realização de um processo decisório mais estratégico. Um dos maiores desafios de uma organização é fazer a escolha dos métodos que avaliarão, de forma mais próxima da realidade, o desempenho de suas equipes de tecnologia. 

Com os números certos em mãos, é possível perder menos tempo com análises e dar respostas mais imediatas aos problemas que surgirem ao longo do projeto, proporcionando um crescimento sustentável da operação. Porém, antes de fazer a escolha das métricas ágeis mais adequadas para o seu negócio, tenha a certeza de que todos os integrantes das equipes de desenvolvimento estão alinhados com os propósitos e as metas gerais da empresa.

Características de uma boa métrica ágil 

Dado esse primeiro passo, como escolher as melhores métricas ágeis para o seu time?  Segundo o artigo Kanban Scrum: características de uma boa métrica em desenvolvimento de software, existem algumas características que definem uma boa métrica ágil: 

  • Reforço de princípios gerais: uma boa métrica ágil entrega valor e age de forma colaborativa com o cliente; 
  • Metrificação de resultados:  ela acompanha os resultados, e não as saídas, identificando aqueles que minimizam a quantidade de trabalho feito
  • Acompanhamento de padrões: a preocupação da métrica deve estar no acompanhamento de padrões, e não apenas em números absolutos;
  • Ser coletada facilmente e, de preferência, de forma automatizada (especialmente se falamos de medidas objetivas e quantitativas);
  • Faz parte de um conjunto de poucas (mas certeiras!) métricas, de forma a facilitar a avaliação de pontos realmente importantes;
  • Deixa mais transparentes os processos, facilitando medidas voltadas para a sua melhoria
  • Incentiva o compartilhamento de ideias e dificuldade entre os times, para que todos estejam alinhados sempre em relação ao contexto dos números;
  •  Responde perguntas específicas de pessoas reais
  • Métricas que são constantemente atualizadas permitem o acompanhamento constante das equipes – feedbacks regulares são essenciais para o crescimento sustentável e fornecimento de insights que permitem mudanças no momento adequado.

Agora que você já conhece algumas das principais características de uma boa métrica ágil, veja abaixo quais são os principais tipos utilizados pelas organizações atualmente. 

Tipos de métricas ágeis

As métricas ágeis existentes hoje podem ser encaixadas em três grupos principais: 

Métricas Lean – possuem foco maior em manter o fluxo de valor entre a organização e seus clientes, eliminando atividades desgastantes que demandam muito tempo e não geram resultados. Algumas dessas métricas são o lead e cycle time. 

Métricas Kanban – com foco no workflow, as métricas Kanban são responsáveis por organizar e priorizar o trabalho a fazer. Um das medidas mais conhecidas é o fluxo cumulativo. 

Métricas Scrum –  focam na previsibilidade da entrega para os clientes, algumas das métricas mais conhecidas são a velocidade e o burndown. 

Conheça agora algumas das métricas que mencionamos acima: 

Sprint Burndown e Burnup 

Muito utilizadas pelas metodologias Scrum e Kanban, Sprint Burdown e Sprint Burnup são métricas que acompanham cada etapa do desenvolvimento de um projeto –  essa etapa é o que conhecemos por sprint. A ideia é, após fazer o planejamento do que se pretende entregar ao fim de cada ciclo, checar o andamento da conclusão por fases. A partir disso, é possível fazer uma análise do nível da maturidade de uma equipe. 

O Sprint Burndown é representado pelo gráfico abaixo, onde Y determina a quantidade de esforço – Story Points – necessária para finalizar determinada tarefa, e X representa a quantidade de dias necessários para terminá-la. A linha vermelha é colocada como um guideline de quando, idealmente, as tarefas devem ser terminadas, enquanto a verde mostra o que – de fato – ocorreu. Dessa forma, se a linha real permanece muito acima ou abaixo da ideal, é possível identificar os gargalos e ajustar o que for necessário nas próximas etapas: 

Parecido com o Burndown em propósito, o gráfico de Burnup tem uma pequena diferença em relação ao primeiro – ele cresce conforme as atividades são finalizadas. As linhas partem do eixo X, que representa a quantidade de tempo, até alcançar o total de esforço necessário para finalizar o ciclo do projeto. 

Com essas duas métricas, é possível identificar a previsibilidade das entregas de uma equipe – se ela consegue atender às demandas no tempo estipulado, pode ser considerada uma equipe madura. Esses dois gráficos também podem ajudar a sua empresa a analisar se o tempo determinado para a finalização de projetos está sendo o mais adequado, e o que precisa ser adaptado no processo de desenvolvimento. 

Velocidade

Considerada uma das métricas mais básicas para checar o desempenho de times de desenvolvimento, a velocidade serve para verificar a capacidade e rapidez de entrega, podendo ser medida de diversas formas – story points, horas ou número de cards. Pela medição da velocidade, é possível identificar os momentos em que é necessário acelerar ou desacelerar determinado projeto, aproximando os números do ritmo real da equipe. 

Para medir a velocidade, recomenda-se acompanhar uma equipe com a mesma formação pelo período de três sprints, tirando então uma média de tempo que ajudará a determinar os story points necessários para finalizar o backlog. Alguns fatores não devem ser esquecidos ao considerar a velocidade, como as ferramentas disponibilizadas para as equipes e o grau de entrosamento entre as pessoas do time. Além disso, é importante analisar como o contexto externo pode interferir nessa métrica, fazendo com que oscile em determinados momentos. Um outro ponto é que as velocidades dos times nunca devem ser comparadas entre si, o que pode levar a sua empresa a tirar conclusões erradas. 

Epic Burndown

A métrica de Epic Burndown abrange um escopo maior do que a Sprint Burndown ou Burnup – por meio da avaliação de todas as sprints e das versões entregues do produto, ela acaba dando uma visão mais ampla do projeto e auxiliando no acompanhamento do progresso de desenvolvimento como um todo. Com esse número, é possível ver o que foi planejado, entregue ou não em cada sprint, checando a eficiência do planejamento e do trabalho realizado em equipe. Essa métrica também ajuda a identificar alguns gargalos, como a falta de avanço do projeto conforme mudam as iterações, e o contínuo crescimento do escopo do projeto mesmo que a equipe não consiga absorvê-lo. 

Diagrama de fluxo cumulativo

A função do diagrama de fluxo cumulativo (CFD) é ajudar a identificar alguns gargalos existentes durante o processo de desenvolvimento do produto, garantindo assim a estabilidade do fluxo de trabalho. O gráfico faz isso por meio da análise de métricas como a quantidade de atividades em andamento, a taxa de transferência dessas atividades e, também, quanto tempo duram os ciclos de produção. 

Por meio da ilustração abaixo, é possível perceber que o eixo horizontal metrifica a quantidade de tempo que determinada fase leva para ser concluída, enquanto o vertical é responsável por apontar quantas tarefas estão em cada etapa do projeto. Isso facilita para que o gestor veja quais ciclos estão levando mais tempo para serem concluídos ou até mesmo se a taxa de entrada das tarefas está sendo maior do que a saída, sinal de que a equipe está sobrecarregada. 

Lead Time/Cycle Time

Lead time é o nome que se dá ao tempo total desde que uma atividade é acrescentada no backlog até o momento em que ela é entregue, determinando seu tempo de vida. Enquanto isso, o Cycle Time diz respeito ao tempo em que essa atividade levou para ser desenvolvida, partindo do status DOING para DONE. 

As duas métricas são essenciais para a melhoria contínua de projetos de desenvolvimento até que atinjam sua versão ideal, pois permitem que, por meio da identificação de grandes variações de tempo, seja possível realizar os ajustes necessários durante todo o processo, pegando inclusive as suas etapas mais iniciais, como a especificação e análise. 

Um gráfico de Lead/Cycle Time manual seria como mostra a figura abaixo, onde o eixo vertical (Y) determina o tempo de entrega e o horizontal (X) especifica as tarefas da equipe. A cada tarefa finalizada, um ponto é acrescentado na intersecção da linha da entrega e a linha do dia – para a próxima tarefa entregue, você avança no eixo horizontal, identifica o número de dias e marca outro ponto, e assim sucessivamente. 

métricas ágeis lead time preenchido

O gráfico de lead time preenchido é uma ferramenta poderosa para calcular o tempo de entrega médio do seu time e a previsibilidade das próximas tarefas. Para isso, basta encontrar o maior lead time da sua tabela e traçar uma linha no lead time imediatamente abaixo – o número de dias encontrado será o tempo médio de entrega da sua equipe. 

Então, por que mesmo eu devo adotar métricas ágeis na minha rotina de desenvolvimento? 

Adotar métricas ágeis pode ajudar os times a visualizarem o quanto de esforço foi gasto em qualidade de software e os resultados obtidos com o desenvolvimento de determinado produto, engajando os integrantes das equipes e trabalhando a sua motivação. Além disso, olhar os números corretos orienta a melhoria contínua do processo de desenvolvimento, eliminando os erros de forma rápida e incentivando a entrega de resultados no ritmo ideal para a sua empresa, possibilitando que ela cresça de forma ordenada e sustentável. 

As métricas ágeis fazem parte da rotina de empresas que buscam ficar mais próximas da transformação digital, assim como a mudança da cultura interna e a automatização de diversos processos. Preencha o formulário abaixo e saiba como a idwall pode ajudar o seu negócio nessa jornada, otimizando o tempo do seu backoffice e tornando o seu onboarding mais seguro e ágil!