O número de pequenos e médios negócios continua crescente no Brasil – segundo a consultoria Empesômetro, dos 20 milhões de empreendimentos brasileiros, cerca de 70% estão enquadrados nessa categoria. Apesar de representarem grande maioria do mercado, essas pequenas e médias empresas enfrentam grandes desafios.
Em fevereiro de 2019, eles foram responsáveis por criar 72% das vagas com carteira assinada no país, o maior saldo registrado no mês quando comparado aos dois anos anteriores, de acordo com informações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
O órgão também aponta que quase metade da força de trabalho brasileira está localizada nas pequenas e microempresas, somando 44,8% dos empregados formais. O cenário pode até ser positivo para os pequenos empreendedores, mas os entraves não são poucos para quem deseja alavancar uma PME no Brasil.
Enfrentando a concorrência dos novos negócios e também das empresas já consolidadas, elas ainda têm que lidar com os desafios de gestão de pessoas, a alta carga tributária do país, acesso restrito ao crédito e a realização de uma gestão financeira adequada.
Em entrevista ao Correio Braziliense, o presidente do SEBRAE Carlos Melle contou ainda que 40% dos empresários brasileiros criam o próprio negócio por necessidade, muitas vezes sem a qualificação necessária ou experiência em planejamento e gestão.
Abaixo, conheça quais são os maiores desafios das pequenas e médias empresas brasileiras:
O que você vai conferir:
Gestão de Pessoas
Por terem mais dinheiro aplicado e estruturas consolidadas, as grandes empresas conseguem desenvolver políticas de benefícios e remuneração mais atraentes do que as PMEs. A falta de investimento financeiro também dificulta a aplicação de verba em ferramentas e processos que possam modernizar as estratégias de atração e retenção de talentos.
Isso faz com que a gestão de pessoas seja um dos principais desafios das PMEs, assim como a atração de profissionais qualificados. A escassez de recursos financeiros também dificulta que essas empresas realizem treinamentos in-house ou invistam em líderes com expertise para desenvolver e extrair o melhor de uma equipe.
As PMEs reconhecem esse gargalo e pretendem virar o jogo – a edição 2019 do estudo As PMEs que mais crescem no Brasil, realizado pela Deloitte em parceria com a revista Exame, aponta que 75% das entrevistadas têm o investimento em talentos como a maior prioridade nos próximos dois anos.
65% delas também enxergam a retenção de talentos como uma das principais ações para a manutenção do crescimento até o ano de 2022.
Burocracia excessiva
Um dos desafios de pequenas e médias empresas brasileiras é a burocracia excessiva, enquanto o processo de abertura de empresas pode durar de 5 a 10 dias em alguns países, no Brasil pode levar mais de 100 dias.
Uma matéria da Gazeta do Povo aponta, com base em dados levantados pela Endeavor, que a média é de 117 dias para ter todos os documentos em mãos, como registros e licenças.
Além disso, o empreendedor ainda tem quem esperar uma análise da prefeitura que dura aproximadamente 30 dias, em um fluxo que passa por várias etapas de aprovação e raramente é digitalizado.
As PMEs também sofrem com a falta de consultoria no momento de decidir pontos cruciais, como o tipo societário e em qual porte e regime tributário elas se enquadram, e com as mudanças constantes na legislação brasileira.
Carga tributária pesada e complexa
Em 2018, a carga tributária no país alcançou históricos 35,07% do Produto Interno Bruto, somando R$2,39 trilhões. Os empreendedores brasileiros, em geral, têm que lidar com um cenário complexo: cada estado possui uma série de tributos que exigem conhecimento e – muita – paciência com a falta de padronização, o que acaba sendo um entrave para o crescimento das pequenas e médias empresas.
Quando comparado com outros países, o Brasil segue uma tendência contrária na arrecadação de impostos, onerando cada vez mais a PME com encargos municipais e estaduais.
Acesso restrito a linhas de crédito e outros serviços financeiros
Muitas vezes, as instituições financeiras restringem as linhas de crédito e financiamento para PMEs que estão começando, e acabam considerando apenas empresas que já têm um bom histórico de pagamento. Mesmo com o surgimento de novos players mais flexíveis no ecossistema financeiro, a jornada é mais árdua para as entrantes no mercado.
Gestão financeira
A carência de uma boa educação financeira no país acaba levando pequenos e médios empreendedores a não se preocuparem tanto assim com a gestão financeira de seu negócio – o entendimento de conceitos essenciais para o ciclo de vida da empresa, como fluxo de caixa e capital de giro, acabam sendo totalmente desconhecidos.
Não existe o planejamento, a antecipação de problemas financeiros que possam impactar negativamente a empresa e, muitas vezes, por se tratarem de negócios familiares, há uma mistura das vidas financeiras pessoal e profissional. Tudo isso faz com que as PMEs não tenham uma visão detalhada e assertiva sobre a sua própria situação financeira.
Uso de tecnologia para inovação
Modernizar processos, implementar novas ferramentas e realizar uma mudança cultural com foco em inovação são grandes desafios enfrentados pelas PMEs – além de sofrerem com a falta de financiamento para investir nessas etapas, essas organizações não possuem o conhecimento necessário para executá-las.
Tecnologias como Inteligência Artificial (IA) ou Machine Learning (ML) passam longe das estratégias de crescimento dessas empresas, deixando-as para trás em um cenário competitivo cada vez mais acirrado.
Além disso, são raras as organizações que conseguem ter recursos financeiros para investir em profissionais qualificados e times inteiros para liderar um processo interno de transformação digital.
Falta de profissionalização da equipe de marketing
A dificuldade de acesso a investimentos leva muitas PMEs a apostarem nas soluções mais baratas, e nem sempre essa decisão é a que gera mais resultados.
Exemplo disso é que a área de marketing acaba sendo negligenciada, principalmente quando as empresas possuem modelos de negócio mais familiares, o que as leva a não fazer o planejamento estratégico necessário para a aquisição de clientes.
Fraudes também estão entre os maiores desafios das pequenas e médias empresas
Um pensamento constante entre as PMEs é que, por serem menores e terem menos visibilidade, acabam sendo menos suscetíveis a fraudes. Mas será mesmo que é verdade? Uma pesquisa da Emailage realizada em 2018 com pequenas e médias empresas apontava que 23% delas havia sido atingida por fraudes nos doze meses anteriores ao estudo.
No Brasil, um dos tipos de fraudes que mais tiram o sono do mercado é a fraude de identidade, e a idwall pode ajudar a sua empresa a se prevenir contra essa infração, se adaptando às necessidades do seu modelo de negócio.
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