O segundo dia do Febraban Tech, que acontece nos dias 9, 10 e 11 de agosto na Bienal de São Paulo, no parque Ibirapuera, contou com palestras sobre programas e parcerias para fomentar a inovação no setor financeiro, metaverso, ativos digitais, real digital e programa internacional de CBDCS.
Esses e outros temas foram discutidos ao longo do dia na Febraban, e se você perdeu alguma dessas palestras ou precisa relembrar algum conceito passado, confira abaixo um resumo que fizemos do 2º dia!
O que você vai conferir:
“Programas e parcerias fomentam a inovação no setor financeiro”
André Miceli, CEO e editor-chefe da MIT Technology Review Brasil e Portugal, foi o moderador do painel e começou com a discussão da importância de capacitar os funcionários dentro de uma organização e ter iniciativas próprias de desenvolvimento que ajudem a preencher as vagas que sofrem com o déficit, como a área de TI.
Outro tema debatido foi o crescimento das startups no Brasil. De acordo com Renata Petrovic, Superintendente de Pesquisa e Inovação do Bradesco, ainda existem muitas oportunidades para as startups e fintechs crescerem e se desenvolverem e mesmo com a crise global é possível escalonar essas empresas com boas ideias e capacitação.
“Todo banco é digital?”
Mona Dorf iniciou o debate com a pergunta tema do painel: “todo banco é digital?” e passou para os painelistas o questionamento. De acordo com Fernando Kontopp, CIO na Diretoria de Cartões, Iti e Marketplace do Itaú Unibanco, existe um caminho ainda a ser percorrido, mas os bancos tradicionais estão se empenhando para levar a melhor experiência para os clientes.
“Anteriormente tínhamos uma visão que os clientes de bancos digitais eram muito jovens, porém essa realidade mudou e não existe apenas um tipo de cliente que utiliza esses serviços online”, ressalta Jolivan Galvão, CTO do Next. O open finance, por exemplo, é uma forma de proporcionar autonomia para o cliente e é uma iniciativa positiva, pois torna mais fácil a escolha do melhor produto e que faça sentido para a sua realidade.
Segundo uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), cerca de 62 milhões de brasileiros têm restrição ao crédito e por isso, quanto melhor forem as experiências digitais, menor será o endividamento e mais clientes vão poder usar os serviços de forma limpa e sem dificuldade. Sendo assim, os bancos devem estar sempre procurando por oportunidades e melhorias para auxiliar os clientes a aumentar a democratização de acesso aos serviços financeiros.
Segundo Júlio César, Vice-Presidente de Rede de Varejo da Caixa, durante a pandemia, para realizar o pagamento do auxílio, muitas pessoas de populações desbancarizadas tinham receio de criar uma conta e utilizar o banco para receber os valores de por isso foi preciso pensar em estratégias para fidelizar e atrair esse público. “A nossa preocupação e desafio é fazer com que esse cliente perceba a importância de ter um bom relacionamento bancário e entender como é favorável ter acesso a esses serviços financeiros”, ressalta.
Pensando ainda nessas facilidades e viabilização de acesso financeiro, Jolivan Galvão destaca que as microtransações pessoais devem ser atendidas, ou seja, durante todos os processos e atividades que forem realizadas durante o dia o banco deve estar ao lado, exemplo: pedir carro de aplicativo direto do app do banco, comprar passagens de viagens, entre outros. “O principal objetivo é trazer uma experiência integrada e fazer com que o dia do cliente seja ainda mais fácil”, destaca Jolivan.
Marcelo Flora, sócio do BTG Pactual destacou os novos produtos que podem surgir para viabilizar o acesso dos clientes e melhorar a experiência, como: a criação de um cartão de débito internacional para realizar pagamentos fora do país e marketplace com serviços dentro do próprio aplicativo do banco.
Por último, Júlio César citou a criação do “Caixa pra Elas”, que foi lançado em 9 de agosto de 2022, e é um espaço onde a Caixa vai acolher, incentivar e dar oportunidade a todas as mulheres do Brasil para expor situações de violência e promoção de educação financeira e empreendedorismo. A inauguração aconteceu na agência da Sé, porém, até o final de agosto outras 256 agências terão esse espaço.
“O objetivo da caixa é fazer com que a mulher se sinta empoderada para ser o centro de posição no mercado financeiro”, destaca Júlio.
O painel contou com a presença de Fernando Kontopp de Oliveira, CIO na Diretoria de Cartões, Iti e Marketplace do Itaú Unibanco; Jolivan Galvão, CTO do next; Marcelo Flora, Sócio do BTG Pactual e Júlio Cesar Volpp Sierra, Vice-presidente de Rede de Varejo da Caixa.
“Instituições financeiras nos ativos digitais”
No terceiro painel, o tema central foi “instituições financeiras nos ativos digitais”. E para começar, o assunto foi criptoativos, e isso porque nos últimos 10 anos é um nicho que passou a ter cada vez mais espaço no mercado financeiro. Porém, geralmente quando se fala nesse assunto, muitas pessoas pensam apenas em blockchain, bitcoin e criptomoeda, porém é um mercado muito amplo, e é preciso identificar como a organização pode educar os clientes dentro desses termos.
“Não existe nada do que está acontecendo em cripto que não aconteceu em outras tecnologias no passado”, André Portilho
Precisamos saber que toda tecnologia começa melhorando o modelo anterior e por isso, é fundamental cuidar de todo o processo, afinal, não podemos esquecer que a tecnologia é só uma parte, temos a engenharia econômica, engenharia financeira, separando a tecnologia blockchain da criptoativa, pois são diferentes. “Entender qual estágio a organização está e como ela pode experimentar a tecnologia e escalar na empresa de forma segura.”, destaca Eduardo Crivelli.
A partir disso, o mercado financeiro tem como foco oferecer à indústria e aos clientes coisas boas para investir, com segurança e sem deixar fazer tudo que a agência reguladora solicita. Por isso, é preciso trazer mais empresas para atuar nesse mercado no Brasil para auxiliar o país a se desenvolver e levar para fora o que já temos aqui.
Por último, a reflexão sobre o assunto deixada pelos painelistas é saber que todas as novidades relacionadas à tecnologia precisam ser compartilhadas, o mercado de criptoativo é interativo. Além disso, é fundamental entender que a Web 3.0 tem chance de fazer mudanças no mercado.
‘‘Real digital: a CBDC brasileira é o futuro?’’
O CBDC é um tema novo que ainda está se definindo, e podemos dizer que é uma moeda do Banco Central que se ajusta às necessidades da economia que estamos vivendo. O impacto que esperamos é trazer novos serviços, trazer segurança em um ambiente íntegro e com familiaridade da informação. Mais do que uma forma nova de pagamento, é uma expressão digital do real onde podemos conectar os sistemas financeiros existentes com os sistemas novos.
“Quando falamos em criptomoedas falamos em instabilidade e com o CBDC é a possibilidade de trazer uma estabilidade para a moeda já existente, porém com a expressão digital. É possível saber quem controla e nesse caso é o Banco Central e tem redução de riscos pois não é uma criptomoeda e sim uma moeda fiduciária”, ressalta Thamila Talarico, Sócia Líder de Blockchain e Cripto do Key Brasil.
É importante saber como adquirir essas criptomoedas, antigamente era de uma forma mais centralizada e poucas pessoas tinham esse acesso. O fenômeno da tokenização traz liquidez a ativos anteriormente não tão líquidos, é possível pegar qualquer ativo e fracionar ele ou repassá-lo digitalmente e isso o deixa muito mais acessível.
Por fim, o real digital em conjunto com o Open Finance é uma ótima forma para identificar quais são os melhores produtos e serviços que devem ser oferecidos para os clientes. Com isso, você usa a informação para melhorar a adequação aos serviços financeiros.
O painel contou com a presença de Thamila Talarico, Sócia Líder de Blockchain e Cripto do Key Brasil; Fabio Araujo, Coordenador da iniciativa do Real Digital do Banco Central do Brasil e Rafael Morais; Vice-presidente de finanças e controladoria da caixa.
“Panorama internacional de CBDCs: que lições aprendemos até agora?”
No último painel do bloco, podemos contar com Driss Temsamani, Head Of Digital do Citi América Latina; Johan Gerber, Vice-presidente-executivo de Segurança de Inovação Cibernética da Mastercard e Ron Raffesperger CTO Digital Transformation, Financial Services Industry – Digital Financial Business Group of Huawei Technologiess. O tema principal foi abordar o panorama internacional de CBDCs e o que aprendemos.
De acordo com Driss Temsamani, o ministério de finanças e o governo precisa incentivar os pequenos varejistas e utilizar os novos serviços e as moedas digitais, como é o caso do CBDC, pois se não tiver uso e manter o hábito atual, vai continuar sendo apenas o pagamento em dinheiro físico para evitar pagamento de impostos, por exemplo. Por isso, precisa ter um incentivo com descontos ou alguma outra forma que faça a população utilizar o meio digital.
“Como conselho, para que o Brasil tenha sucesso com a CBDC, é preciso incentivar o uso através de incentivos e a apresentação da importância do uso das moedas digitais”, cita Driss.
Cada país vai fazer de uma forma diferente, porém, é fundamental incluir a privacidade e segurança em todos os processos desde o começo. “A moeda digital do Banco Central Basileiro precisa ser criada para os brasileiros e depois ser operável internacionalmente e só assim a população vai poder se beneficiar”, ressalta Ron Raffensperger.
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