Em meio a inúmeros painéis e discussões sobre tecnologia e oportunidades de negócios com os maiores profissionais do mercado, a inovação foi tema que norteou o 2º dia de Febraban Tech, realizado no dia 10 de agosto.
A tecnologia é, de fato, uma grande aliada do mercado financeiro que vem impulsionando e acelerando as transformações nessas instituições.
Desde o combate e prevenção à fraude, desenvolvimento de novas formas de pagamento, e até mesmo, novos modelos de negócio nos bancos e instituições financeiras. Continue a leitura para saber mais sobre a perspectiva dos grandes nomes do mercado no Febraban Tech!
O que você vai conferir:
I.A e a prevenção de fraude em instituições financeiras
O combate à fraude nas instituições financeiras se intensificou nos últimos anos frente à digitalização, o número de bancarizados e as transformações e modernizações nos processos internos dos bancos e instituições financeiras.
Utilizar inteligência artificial nesse processo é uma forma de executar todas as atividades necessárias, desde os processos de KYC, até o monitoramento das contas, de forma rápida. Para Lygia Barbosa, Gerente de Prevenção a Fraudes no Itaú Unibanco, “O uso de ferramentas tecnológicas potencializa a velocidade na identificação de falsos positivos.”
Para Cristiane Soares, Gerente de Prevenção à Lavagem de Dinheiro no Itaú Unibanco, a inteligência artificial é uma ferramenta essencial para conhecer cada vez mais quem está por trás da fraude e da lavagem de dinheiro.
Cristiane comenta ainda que “Olhando para o pilar de inovação, precisamos utilizar IA para conhecer cada vez mais e entender de forma disruptiva o fluxo e trazer ferramentas para pensar mais como o lavador, e enfim, criar através do machine learning. Entender essa criação como uma rede de relacionamento, criar esses padrões, clusterizar esses padrões.”
O uso de ferramentas de analytics na prevenção de fraudes de crimes financeiros se tornou essencial. De acordo com Bruno Godinho, CPO da CSU, “o potencial de uso do machine learning é gigantesco, mas muito além só da prevenção da lavagem de dinheiro.”
Segundo Godinho, em primeiro lugar é necessário que as instituições financeiras contem com uma ferramenta de big data, um grande volume de dados, para que aí sim, seja possível analisar os dados e tomar as melhores decisões. O CPO da CSU complementa “Gerar grandes volumes de dados, aplicando essa tecnologia e aí sim utilizar IA e ML você terá maiores decisões.”
O maior desafio em implementar esse analytics avançado nos processos de prevenção a fraude para os painelistas são a má qualidade e centralidade dos dados, as questões regulatórias e o receio de falsos positivos, e a escassez de profissionais em ciências de dados e machine learning, para trabalhar grandes conjuntos de dados nessas operações.
A evolução do Beyond Banking
Em um dos painéis do Febraban Tech foi abordado o conceito de beyond banking, que vem sendo cada vez mais popularizado, um modelo de negócios em que os bancos e instituições financeiras oferecem um ecossistema e oportunidades em parceria com empresas de produtos e serviços não bancários.
Se diferencia do conhecido core banking, os bancos e instituições financeiras mais tradicionais, por oferecer para o cliente outro portfólio produtos e serviços que complementam sua jornada.
Nathalia Britto, Open Innovation Manager na Santander Brasil, fala sobre beyond banking “um ecossistema que vai além de ofertar crédito, é uma oferta de valor agregado que vai de encontro com o que o cliente quer”. Complementa ainda que “é importante estar aberto, olhando para o ecossistema e enxergar oportunidades, seja como parceiro, seja como aquisição, nem tudo precisa ser feito dentro de casa.”
BNPL e a nova era dos pagamentos
Cashless Economy, ou economia sem dinheiro, pode ser muito bem traduzida pelas variadas formas de pagamento que surgiram nos últimos anos como PIX, BNPL e entre outros.
A pandemia acelerou esse formato de economia e de pagamento, partindo do princípio nos últimos dois anos de que quanto menos contato existisse, melhor. Tanto o PIX, quanto os cartões por aproximação, por PIN, por exemplo, refletem cada vez mais a busca das pessoas por soluções digitais.
Luciana Bassani, Superintendente Nacional Estratégia de Cartões da Caixa Econômica Federal, questiona formas de democratizar o pagamento por aproximação, sem contato. Para Bassani é natural que o pagamento evolua para “soluções digitais que permitem o pagamento por aproximação em um comércio físico sem a necessidade de ter um super celular desenvolvido.”
De acordo com Roberta Becker, Gerente Executiva de Marketing & Canais Digitais da St Marche, “o que a tecnologia puder fazer para que a jornada do cliente seja fluida e sem fricção, melhor.”
Sobre o formato BNPL, para os brasileiros que já estavam familiarizados com parcelamentos, os bancos e fintechs enxergam esse modelo como uma forma de atingir a nova geração.
Victor Pego, Business Consultant da Temeno, explica em seu painel no Febraban Tech que “BNPL é um fenômeno global relativamente novo. Assim como o parcelamento tradicional, o BNPL permite que o cliente adie o pagamento da conta. A principal diferença, é que o ciclo de pagamento é mais baixo.”
Os modelos de Buy Now Pay Later podem ser aproveitados pelo mercado financeiro de duas formas para Victor. No modelo tradicional, com uma fintech de BNPL que possui um relacionamento com varejista e consumidores e possui um relacionamento com bancos, que oferecem serviços de banking as a service, realizam a subscrição de empréstimos, para que essas empresas ofereçam a BNPL, os bancos são intermediários e as fintechs controlam os relacionamentos com os clientes.
No outro modelo, grandes bancos oferecem diretamente o BNPL para os consumidores,
e nesse caso, oferecem tickets maiores, modos de pagamentos flexíveis, com mais confiança do consumidor, visto que essas instituições têm mais experiência em lidar com regulamentações, podendo usar dados dos seus clientes para tomar melhores decisões.
Nuvem no setor bancário
A implementação e a migração da arquitetura de dados das instituições do segmento financeiro para soluções em nuvens está cada vez mais acelerada. Soluções de cloud são conjuntos de servidores distribuídos em data centers ao redor do mundo e que compõem os provedores de serviços de nuvem.
Além da rápida bancarização, digitalização, aumento do fluxo de usuário e do número de dados, essas empresas estão se modernizando cada vez mais, para tornar os processos mais rápidos, ágeis e seguros.
Em um dos painéis do Febraban Tech, Vilela Fabri, Head of Financial Services no Google Cloud, afirma que “Quando se fala em segurança, tem vários recursos envolvidos, das nossas empresas, clientes e todos os provedores tem uma série de soluções para endereçar essas questões de segurança como criptografias, rede com cabos subaquáticos e entre outros.”
No que diz respeito à segurança das soluções em nuvem, Eduardo, Diretor Executivo de Serviços de TI da Caixa, comenta que “Tem uma similaridade entre o uso pessoal e o corporativo da nuvem. No corporativo, se você for comprar uma solução de cloud, como e-mail, por exemplo, tem características específicas como o acesso restrito. Quem define a política de senhas, de qual origem de rede o e-mail vai ser acessado e entre outros é a corporação que contratou o sistema.”
De acordo com o Diretor Executivo de Serviços de TI da Caixa, a diferença não está apenas no nível de criptografia ou proteção, porém as configurações e os padrões de segurança definidos pela organização é o que pode fragilizar. É importante ter conhecimento, sobre quais camadas de segurança configurar e contar com um time de cibersegurança qualificado.
Tendo em vista o cenário de uma sociedade digitalizada em que vivemos e do fluxo de dados e informações, Moises Nascimento, CDO do Itaú, complementa: “Para construir esses serviços de dados, é necessária uma rede segura e virtualizada. Grandes provedores conseguem escalar e colocar todo um layer de segurança nesses dados.”
A preocupação por parte dos clientes e consumidores acerca dos seus dados e a segurança das soluções em nuvem está cada vez maior, e para as empresas, que são reguladas por medidas como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), o cuidado e a segurança são redobrados.
Do ponto de vista legal, as leis que regulam o uso e tratamento dos dados pessoais têm o objetivo de colocar o cliente no centro, dando a autonomia necessária sobre seus próprios dados.
Já no caso de sistemas bancários, regulações de proteção de dados podem ser vistas como uma oportunidade de acelerar a inovação tendo em vista a questão de segurança e o cliente no centro, para orientar o desenvolvimento de novos produtos e serviços digitais em soluções de nuvem como o PIX, e o próprio projeto de Open Finance, por exemplo.
E para finalizar, Vilela Fabri, complementa que não tem como falar de nuvem sem falar de segurança. No que diz respeito ao armazenamento e processamento de dados de clientes na nuvem, são três os principais benefícios: melhor experiência para os clientes, usando machine learning com mecanismos de criação de modelos para gerar análise preditiva e melhores tomadas de decisão e com a I.A utilizada para melhorar o atendimento
O segundo benefício é a escalabilidade, poder ativar e desativar serviços, atender momentos de pico, gerenciar melhor a estrutura por uso, custo adequado. E o terceiro, complementar especialmente para ESG, a pegada de carbono, visto que nuvem pública permite com que cliente reduza suas pegadas de carbono passando sua infraestrutura para uma pública.
EM BREVE! Fique de olho que, nos próximos dias, vamos divulgar um playbook com todos os conteúdos da Febraban Tech. Para receber a cobertura completa com o material 100% gratuito, assine a nossa newsletter!