Para fechar o 3º Banking Innovation Forum, ontem (21/07) aconteceu a última rodada de palestras do evento online. Idealizado e organizado pela idwall, essa edição teve como objetivo principal apresentar as principais inovações e tecnologias do segmento bancário e financeiro que ajudam as organizações a serem mais competitivas e disruptivas.
Sob temas relevantes dentro deste nicho, como evolução de fraudes bancárias, futuro dos meios de pagamento, vazamento de dados e moedas digitais, os speakers desse último dia trouxeram ao público importantes pontos que devem impactar o futuro do segmento nos próximos anos.
Quer saber o que aconteceu no evento e ter um resumo das principais informações? Confira o artigo abaixo!
O que você vai conferir:
Evolução das fraudes bancárias: como lidar com golpes complexos
A medida que surgem novas tecnologias, serviços e produtos dentro segmento bancário, os golpistas acabam desenvovendo novas e mais complexas fraudes a serem mitigadas. De acordo com pesquisa da appgate, cerca de 38% das empresas afirmam que é muito difícil acompanhar as novas fraudes por conta da rápida evolução que esses esquemas conseguem alcançar.
A principal dúvida desse primeiro painel do terceiro dia foi: mas quais medidas devem ser adotadas e como se planejar em meio a esse cenário? Para debater o assunto, contamos com a presença de José Estan (idwall), Eduardo Pires (Incognia), Victor Thomazetti (Itaú Unibanco), Lívia Carolina (Inter) e Glauco Sampaio (Cielo).
Entre todos os painelistas, é unânime: as instituições devem investir em tecnologias e estratégias por camadas – com autenticação e verificação dos dados do usuário – e educar o cliente, a fim que ele não seja a próxima vítima, tendo em vista que os golpes aplicados por Engenharia Social tornam-se cada vez mais convincentes, e, assim, ludibriando o usuário a acreditar que aquele SMS ou e-mail seja real.
Outro ponto ressaltado – tanto pelo Eduardo quanto pelo Glauco – é entender a jornada do cliente e o seu comportamento no dia a dia. A partir disso, a instituição consegue aplicar mecanismos de controle e tecnologias (como geolocalização, por exemplo) para ser mais efetivo no combate às fraudes e gerar menos fricção.
A cada novidade dentro do segmento financeiro – como Open Banking e o Pix – é preciso pensar em novas estratégias e maneiras de educar as instituições e os usuário, a fim de reduzir danos. Segundo Thomazetti, o Pix ressaltou uma realidade que já estava acontecendo: não é que surgiu novas modalidades de fraude devido ao PIX, mas um aumento dessas técnicas já aplicadas. Nesse cenário, e conforme pontuado pela Lívia Carolina, é preciso educar o cliente para que ele saiba usar os serviços oferecidos pelo banco, diminuindo assim os riscos de cair em algum golpe.
Por fim, outro destaque desse painel é a colaboração entre os players dentro do Open Finance para evitar fraudes. Segundo Lívia, todas as instituições estão inseridas no mesmo sistema e, caso alguma dessas empresas não tenha uma estrutura robusta de governança de dados e esse banco sofra um golpe de Engenharia Social, o risco de vazamento de dados dos players e do usuário são enormes – e, consequentemente, afetando todo sistema. Por isso, todos os bancos estão trabalhando em conjunto para que o sistema seja seguro e não tenha um impacto em larga escala.
Veja também: Gerenciamento de fraudes em serviços financeiros: o que esperar do futuro?
O futuro dos meios de pagamentos
O Pix é uma verdadeiro sucesso no Brasil – e já possui recordes: no final de 2021, o meio de pagamento ultrapassou a marca de 380 milhões de chaves cadastradas, entre pessoas físicas e jurídicas, de acordo com o Banco Central do Brasil. Além disso, cresceu o número de pagamentos com cartão de crétdito e cada momento surgem novos (ou não) métodos de pagamento, como o BNPL (Buy Now, Pay Later, em inglês).
Nesse contexto, o segundo painel do terceiro dia de Banking Innovation Forum.22 reuniu grandes do mercado para debater o futuro desse segmento. Como mediadora, contamos com a Viviane Meister (idwall) e, como convidados, participaram Duda Davidovic (Elo), Marcos Gurgel (iFood) e Bruno Alves (BB Seguros).
Pensando na vanguarda dos meios de pagamento, Marcos Gurgel comenta da estratégia adotada pelo IFood em Customer Centric – que nada mais é do que colocar o seu usuário no centro das decisões da companhia. Nesse caso, o app de delivery adotou mais de 10 opções de meio de pagamento dentro de sua plataforma, pois é uma maneira de oferecer ao cliente diferentes opções de como ele quer realizar aquela compra.
Dentro dessa linha, de oferecer ao usuário um serviço de acordo com as suas necessidades, surge o BNPL. Esse meio de pagamento se popularizou nos Estados Unidos e Europa, lugares em que a população não tem a cultura e possibilidade de parcelar as suas compras no carão de crédito.
Para quem não está familiarizado com a sigla, Duda Davidovic faz uma comparação simples: sabe aquele carnê feito em lojas de eletrodomésticos? Ou aquele crediário ou parcelamento infinito? Esse é o BNPL – que, em livre tradução, significa “Compre agora, pague depois”.
A Superintendente da Elo ainda acrescenta que, a crescente de adeptos a essa forma de pagar deve-se a vários fatores – principalmente a situação atual do país, em que 77% do brasileiros estão endividados, 79% parcelam suas compras e, também, a vulnerabilidade do cenário econômico no Brasil.
Diante disso, a única maneira que muitas pessoas conseguem consumir é via cartão de crédito, pois conseguem definir em quantas parcelas conseguirão pagar determinado produto sem ter juros. Nesse movimento, Duda explica que está acontecendo a “fintechrização” do varejo, com novas linhas de crédito de acordo com as necessidades do seu cliente; e a “varejização” das fintechs e bancos, que conseguem também acessar o crédito que esses clientes possuem em praça e se são inadimplentes, assim conectando possibilidades de consumo.
Agora, quando o assunto é Pix, é unânime o engajamento do brasileiro com o meio de pagamento – e tudo devido a mudança na jornada. Conforme explicação do Bruno Alves, a partir do momento que você consegue simplificar e colocar o CPF ou número de celular como forma de criar uma chave Pix e cortar custos de transferências, você induz a pessoa a usar mais daquele meio.
Outro ponto importante mencionado pelo Bruno é como o Pix ajudou as instituições a entender o cliente e começar a oferecer serviços de acordo com o seu comportamento via app. A interação mudou: se antes era somente quando a pessoa ia no banco sacar dinheiro, agora pode ser a qualquer momento – e ainda mais assertiva, já que agora as instituições analisam como aquele usuário usa o app, quantas vezes por dia e o que mais faz dentro da plataforma. Ou seja: o Pix, além de facilitar o dia, possibilitou a ofertas de serviços personalizados.
Finalizando, Bruno ressalta a importância de entender (e tornar fluida) a jornada de compra do cliente. O pagamento é a parte principal nesse caminho e é preciso que tudo ocorra bem para fechar esse ciclo sem a possibilidade de fraudes e demais problemas que ocorram na operação.
Como não ser a próxima vítima dos vazamento de dados?
Vazamento de dados é uma de várias consequências quando acontece algum incidente cibernético dentro das instituições. A fim de cada vez mais mitigar esse tipo de ataque, os bancos devem cumprir várias regulamentações em segurança de informação para cumprir compliance e, também, investir mais em cibersegurança. Mesmo com tanto investimento, como diminuir esses ataques?
Para debater sobre o assunto, contamos com a mediação da Daniele Ferreira (idwall) e a participação do Alexandre Witzel Ibrahim (BV), Michel Roitman (Oracle) e Vitor Amaral (Bitz). Um ponto enfatizado pelos três especialistas é que treinamento e capacitação – tanto dos usuários quanto das equipes dentro das instituições – é o pontapé inicial para evitar que incidentes ocorram. A partir do momento em que as empresas contam com equipes estruturadas e usuários cientes dos riscos, as chances de vazamento de dados diminuem bastante.
Alexandre Witzel Ibrahim reforça que Phishing ainda é uma das principais portas de entrada para invasão e fraudes e, por isso, usuários devem apostar em ter um antivírus, anti-spam e demais ferramentas que aumentem a segurança no dia a dia; e, para as instituições, a dica é adotar várias camadas de segurança dentro dos sistemas – além de, também, programas anti-spam e antivírus e treinamento aos colaboradores.
Ainda falando ao usuário final, Roitman recomenda a adoção de uma boa suit de identidade, para cuidar do ciclo de vida da conta dos acessos SSO; e sincronização das senhas, adotando assim uma camada extra de prevenção.
Um ponto crucial mencionado pelo Vitor Amaral é que as instituições devem ter ciência do que estão monitorando. As equipes responsáveis precisam saber quais dados estão sendo visados e por quais meios acontecem os vazamentos. Observando isso na monitoria, é possível ver em que momento acontece o problema e, assim, “estancar a ferida” para evitar que tenha mais casos e a instituição não tenha sua imagem prejudicada e nem os usuários.
Finalizando o debate, os três convidados mencionaram a importância da IA no controle de segurança dentro dos bancos e para análise o comportamento – seja do usuário, das máquinas ou da rede.
Moedas digitais nacionais e a inclusão financeira
Além da criptomoeda, há vários projetos avançados ao redor do mundo sobre moedas digitais. No Brasil, o Real Digital já está avançado e conta com 9 projetos selecionados para dar andamento. Para falar sobre o assunto, recebemos nesse último painel a Marilyn Hahn (Bankly), o Raul Moreira (Banco Original) e o Rodrigoh Henriques (Fenasbac / Lift Lab) – além da moderação José Estan (idwall).
Conforme análise da Marilyn, dentro das fintechs, a CBDC permite essas empresas permeiem em mercados da economia tradicional via tecnologia blockchain, como setores da saúde, da indústria e também em cadeias do supply chain. Além disso, a CEO do Bankly ressaltou que a consolidação das CBDC permitirá novas possibilidades além dessas mencionadas.
Outro ponto é a diferença entre uma moeda digital e uma criptomoeda que, segundo Raul, a moeda possui funções específica (unidade de conta, reserva de valor e meio de pagamento) e nenhuma criptomoeda, atualmente, tem essas mesmas funções. Por isso, a CBDC é um caminho natural no processo de digitalização da sociedade e do sistema financeiro.
Nesse caminho, Rodrigoh ressalta o interesse do Bacen em uma moeda digital: acima de tudo a sociedade está entendendo o valor da CBDC e, também, que a moeda digital consegue resolver coisas que no modelo tradicional não é possível. Além disso, um ponto levantando dentro do LIft Lab – que trabalha em conjunto com o BACEN dentro dos 9 projetos selecionados para Real Digital – é que, com o Pix, há a necessidade da criação do Real Digital? E a resposta é sim, já que há vários usos inteligentes da moeda digital que o meio de pagamento não consegue exercer.
Por fim, outro ponto levantado pelo moderador e debatido em conjunto entre os painelistas é a inclusão financeira, problema que o Brasil vem enfrentando há anos e está melhorando. Conforme visão do Raul, a inclusão financeira está conectada à inclusão digital – e precisam andar lado a lado. Bancos Digitais e demais instituições de pagamento ajudaram a melhorar a inserção de boa parte da população à serviços financeiros, e os bancos tradicionais também precisam ajudar na inclusão digital de seus clientes, movimento que vem acontecendo desde o início da pandemia de Covid-19.
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