Skip to content Skip to footer

Mercado de serviços financeiros: conheça as 3 grandes tendências de 2020

O mercado de serviços financeiros no Brasil evolui cada dia mais. Parte disso é atribuído ao surgimento das fintechs que, com a oferta de soluções financeiras práticas, acessíveis e desburocratizadas, modificaram a relação de pessoas e empresas com os produtos bancários.

No entanto, não se pode deixar de citar a participação ativa e o posicionamento do Banco Central que, além de sancionar diversas regulamentações que facilitam a atuação das fintechs, também tem sua própria agenda de inovação de produtos e serviços financeiros.

Entre os objetivos dos lançamentos do Bacen estão promover a inclusão financeira, aumentar a competitividade do setor e oferecer mais transparência nas soluções disponibilizadas ao público.

Para 2020, três importantes tendências do mercado de serviços financeiros estão prestes a serem lançadas no Brasil: o Sandbox Regulatório, o PIX e o Open Banking.

Conheça um pouco mais sobre cada uma deles e que impacto podem causar na sua empresa.

As novidades aguardadas pelo mercado de serviços financeiros

Apesar de toda a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus, este ano pode ser visto como um dos mais importantes para o mercado de serviços financeiros brasileiro.

Entre os motivos está a implementação de três importantes soluções financeiras: o Sandbox Regulatório, o PIX e Open Banking.

Previstos na Agenda do Banco Central, todos objetivam fomentar a inovação e aumentar a eficiência do Sistema Financeiro Nacional.

Sandbox Regulatório

O Sandbox Regulatório é um ambiente seguro especialmente criado para desenvolvimento e testes de novos produtos e serviços financeiros.

O “Ambiente Controlado de Testes para Inovações Financeiras e de Pagamento”, nome dado pelo Bacen a essa solução, tem previsão de ser lançado ainda neste mês de agosto. 

No entanto, em 2019, o Banco Central já havia anunciado que estava estudando maneiras de implementar o Sandbox Regulatório aqui no Brasil como forma de melhorar o mercado de serviços financeiros.

Já utilizado no Reino Unido e em Singapura, o objetivo desse modelo de desenvolvimento de serviços financeiros é incentivar a criação de novas soluções ao estimular a competitividade entre os players do setor.

Uma maneira de estimular a participação das empresas no Sandbox Regulatório é lembrar que a utilização do ambiente controlado gera uma flexibilidade muito maior em relação a questões regulatórias.

Esse modelo de desenvolvimento também tende a acarretar menos perdas financeiras e gerar risco menor de comprometimento da imagem da empresa, pois os produtos são testados em escala reduzida.

Além disso, o Sandbox Regulatório é uma maneira de se aproximar dos órgãos regulatórios durante a criação de um novo produto ou serviço financeiro, que acompanham todas as etapas e podem dar orientações importantes para evolução do processo.

Em entrevista à Zoop, Eduardo Bruzzi, especialista em Direito Regulatório Bancário e de Pagamentos, e sócio da Lima ≡ Feigelson Advogados comentou:

O sandbox, pela sua própria natureza, significa um instrumento de redução de barreira de entrada, isso é, há um custo regulatório muito menor para que determinada atividade entre em operação.

Por conta disso, há um estímulo ao empreendedorismo no setor, possibilitando o surgimento de novos players em um mercado, já naturalmente aquecido pelo fluxo de inovações tecnológicas. 

O mercado enxerga que passar pelo filtro do regulador e ser aceito no sandbox representa uma maior chance de sucesso daquela determinada fintech e isso tem atraído a atenção dos investidores

Quer saber mais sobre sandbox regulatório? Então leia: O que é Sandbox Regulatório e qual seu impacto?

PIX

O PIX, sistema de pagamento instantâneo do Bacen, é uma solução que permite pagamentos e transferências de valores em poucos segundos, a qualquer horário ou dia da semana.

Bastante esperado pelo mercado de serviço financeiros por ser uma maneira mais rápida e prática de pagar e receber, o PIX está previsto para ser liberado ao público em novembro deste ano.

Essa opção de pagamento será obrigatória a fintechs de serviços financeiros e instituições financeiras com mais de 500 mil contas ativas.

No entanto, mesmo para as que não atingem esse número, o PIX é uma alternativa de deve ser considerada.

Um dos motivos é o papel do pagamento instantâneo na crise econômica, que está sendo visto como um forte impulsionador da recuperação financeira do Brasil.

Para o varejo, por exemplo, poder realizar movimentação de valores utilizando apenas e-mail, número de celular, CPF, CNPJ, ou QR Code dinâmico ou estático, vai ajudar a atender também a parcela de pessoas desbancarizadas.

Assim, além de atrair novos clientes, as empresas que trabalharem com o PIX como meio de pagamento também vão ter vantagens como:

  • redução no tempo de conclusão da compra, contribuindo para otimizar logística de entrega e melhorar a experiência do cliente;
  • menos custos operacionais, devido à diminuição do volume de papel-moeda e gastos com segurança e transporte;
  • oportunidade de gerar novos negócios, pois o PIX vai permitir saques em redes varejistas, levando o público até às lojas.

Ouça este episódio do Papo na Nuvem e entenda melhor o que é PIX e quais suas oportunidades.

Open Banking

A última tendência esperada pelo mercado de serviços financeiros este ano é o Open Banking, que tem previsão de começar a operar em novembro e finalização de todo o processo em outubro de 2021.

Trata-se de um conceito no qual se entende que o cliente é o dono dos seus dados e históricos bancários. Com base nessa premissa, ele pode compartilhar suas informações com qualquer instituição bancária que quiser.

Entre os objetivos do Open Banking, um dos que mais se destacam é o impulso que os players do setor terão para criar novos produtos e serviços financeiros.

Isso porque, uma vez que o cliente pode facilmente migrar entre diferentes bancos ou fintechs, será atraído pela instituição financeira que melhor atender suas necessidades e que tiver soluções mais atrativas.

De maneira resumida, a proposta do Open Banking que é o cliente possa movimentar sua conta de qualquer plataforma bancária, e não apenas daquela com a qual tem alguma relação.

Para isso, as empresas de serviços financeiros deverão utilizar APIs padronizadas, que permitam que outros players acessem de maneira rápida e segura as informações do cliente, mediante sua prévia autorização.

Obviamente, o público terá muitas vantagens com essa solução, mas o mercado de serviços financeiros também. 

Entre os benefícios do Open Banking para as instituições financeiras estão:

  • oportunidade de atrair novos clientes por meio da oferta de produtos e serviços inovadores e atraentes;
  • gerar insights para criação dessas soluções ao analisar, por exemplo, o comportamento do consumidor;
  • possibilidade de oferecer produtos e serviços ainda mais personalizados, visto ter acesso mais rápido ao histórico bancário do cliente;
  • processo de aprovação e/ou validação de solicitação dos usuários mais dinâmicos e com custos operacionais reduzidos.

A importância dessas tendências para o mercado de serviços financeiros

Se antes as ofertas de soluções financeiras eram limitadas aos grandes bancos, hoje, o mercado de serviços financeiros está aberto a qualquer empresa que queria participar dele.

Por exemplo, o processo de transformação digital, como o promovido pela digitalização dos pagamentos, deu espaço para que negócios de qualquer segmento criem suas próprias soluções financeiras.

Utilizando uma plataforma White Label de pagamentos a sua empresa pode oferecer aos seus clientes conta digital, cartão de crédito e de débito etc, mesmo que o setor financeiro não seja seu core business.

Além de gerar uma nova fonte de receita para o seu negócio, essas soluções ajudam a resolver mais pontualmente as dores dos seus parceiros de negócios, fidelizando-os e atraindo mais público.

Assim, o Sandbox Regulatório, o PIX, e especialmente o Open Banking, são tendências que vão ao encontro do novo caminho que está sendo trilhado pelo mercado de serviços financeiros, que tem foco maior nos usuários e na promoção de soluções cada vez mais acessíveis e livres de burocracia.

Este artigo foi escrito por Rafael Lavezzo, Chief Revenue Officer da Zoop, fintech líder em tecnologia para serviços financeiros.