Fraudes em criptomoedas cresceram nos últimos anos. De acordo com levantamento da Federal Trade Commission (FTC), só nos Estados Unidos cerca de 7 mil pessoas relataram perdas nesse mercado – totalizando, aproximadamente, mais de US$ 80 milhões entre outubro de 2020 e março de 2021.
Esses números destacam a preocupação com a segurança no universo das criptomoedas, à medida que fraudadores expandem seu foco além dos bancos e instituições financeiras tradicionais.
O mercado de criptomoedas se tornou um alvo atrativo para fraudadores, devido à sua valorização histórica e ao potencial da tecnologia blockchain, que promete rentabilidade significativa.
Os fraudadores estão se aproveitando de um público otimista e, muitas vezes, carente do conhecimento necessário para evitar golpes, como esquemas de pirâmides financeiras.
Vários fatores tornam as criptomoedas vantajosas para os fraudadores, como a complexidade das tecnologias envolvidas, a falta de regulamentação, a comunicação predominante em meios virtuais, a disseminação de informações falsas, e a dificuldade de verificar a identidade por trás das fraudes.
Mas o que torna as criptomoedas tão atraentes para os fraudadores? Qual é o cenário no Brasil em relação a esse tipo de golpe? E quais medidas as empresas devem adotar para reduzir o risco de fraudes em criptomoedas?
Continue lendo para entender melhor o panorama das fraudes envolvendo criptomoedas.
O que você vai conferir:
Cenário de fraudes em criptomoedas no Brasil
Conforme mencionamos acima e segundo estudo feito pelo Insper, o nível de instrução da população brasileira sobre finanças é muito baixo e, diante desse fato, os golpistas não precisam se esforçar para convencer possíveis investidores a aplicar seu dinheiro em oportunidades fraudulentas.
De acordo com pesquisa realizada pelo indicador CNDL/SPC Brasil, 11% dos internautas brasileiros afirmaram já ter perdido dinheiro em fraudes – dentro dessa parcela, cerca de 55% investiram em pirâmides.
Além disso, 44% dos entrevistados que caíram em golpes afirmaram que a promessa de alto retorno os influenciou.
Nos últimos anos, houve algumas fraudes em criptomoedas no País, como o Atlas Quantum, que contava com mais de 200 mil investidores e pode ter levado à perda de R$4 bilhões, e a GAS Consultoria – conhecida também como ‘Faraó do Bitcoin’ –, que movimentou cerca de R$38 bilhões.
Tanto reguladores quanto o Congresso Nacional têm buscado maneiras de prevenir essas fraudes, incluindo um projeto de lei em tramitação desde 2015.
Esse projeto de lei visa regulamentar as criptomoedas no país, estabelecendo a necessidade de um órgão regulador e medidas de proteção ao investidor, como o registro prévio de todas as empresas do setor.
Leia também: Criptomoedas: entenda o cenário regulatório atual
O que faz com que a criptomoeda seja tão atraente aos fraudadores?
A criptomoeda é altamente volátil e, por isso, há um grande interesse público. Somente por esse motivo, já é um prato cheio aos fraudadores, mas existem outros fatores, como:
- As criptomoedas são digitais. Isso significa que os fraudadores precisam acessar apenas um computador e apostar em ataques com foco em engenharia social, como phishing, por exemplo.
- As transações são irreversíveis. Ou seja: o investidor não pode mudar nada após o golpe, já que as transações são irreversíveis, e somente a pessoa que recebe os fundos pode reverter a ação.
Portanto, se um fraudador assume uma conta ou os fundos são transferidos para eles, é praticamente impossível recuperar esses fundos.
- As criptomoedas podem ser mantidas em exchanges de custódia ou não, já que são descentralizadas.
Se uma exchange de custódia for hackeada, o proprietário da criptomoeda arrisca perder todos os seus ativos, sem qualquer proteção de pagamento incorporada.
- O anonimato é uma característica incorporada ao processo, já que a regulamentação de criptomoedas está em constante evolução, e geralmente, não são necessárias informações pessoais para armazenar ou transferir criptomoedas.
É possível rastrear transações no blockchain, mas os fraudadores podem criar várias carteiras para dificultar isso e, mesmo assim, é difícil identificar quem possui essas carteiras.
Como provedor de criptomoedas, a fraude afeta você tanto quanto afeta seus clientes. Seus usuários podem perder dinheiro e ativos, mas isso pode causar danos monetários e de reputação a longo prazo à sua empresa.
Diante disso, as empresas devem estar por dentro das principais fraudes que podem ocorrer – tanto para a exchange quanto ao cliente – e verificar como pode mitigar essas fraudes.
Principais fraudes em criptomoedas
Selecionamos alguns tipos de fraudes mais frequentes. Veja a seguir:
Criação de conta fraudulenta
Os fraudadores costumam usar identidades falsas ou fraudulentas para tentar abrir contas em exchanges de criptomoedas.
O cenário regulatório de criptografia é fragmentado e, por isso, nem sempre os provedores seguem os protocolos de KYC (Know Your Customer – ou Conheça seu Cliente, em livre tradução) rigorosos.
Se os fraudadores conseguirem abrir uma conta criptográfica com uma identidade falsa, eles venderão essas contas “legítimas” para obter lucro, e em muitos casos, não será possível detectar essas contas falsas a tempo de impedir grandes prejuízos.
Golpes de investimento em criptomoeda
Os fraudadores visam geralmente as vítimas diretamente com golpes de investimento.
Esse tipo de ataque visa fazer com que pessoas desavisadas entreguem dinheiro e, em alguns casos, torna-se difícil identificar.
Isso acontece porque o fraudador pode apresentar uma oportunidade de investimento que soe legítima. Esses casos acontecem via sites ou apps falsos, phishing por e-mail e golpes via redes sociais.
Cryptojacking
Este é um tipo de fraude em que os golpistas usam o computador de outra pessoa para minerar criptomoedas, fazendo com que as vítimas cliquem em um link malicioso.
A partir disso, carrega o código de mineração de criptomoedas nesse computador e, dessa maneira, o fraudador pode roubar criptomoedas de carteiras digitais ou usar os computadores sequestrados para minerar moedas valiosas.
Leia também: Roubo de criptomoedas por ciberataques em 2022 já soma US$ 1,9 bi
Como se proteger contra fraudes em criptomoedas?
Tanto empresas quanto investidores podem adotar medidas para proteger-se contra fraudes envolvendo criptomoedas:
- Use provas de identidade: Implemente processos de verificação de identidade rigorosos durante o registro e a integração de novos usuários em sua plataforma.
Utilize ferramentas de verificação biométrica e verificação de documentos para garantir que as identidades sejam legítimas e que os usuários sejam confiáveis. - Eduque seus clientes: Forneça informações e orientações aos seus clientes para ajudá-los a detectar e evitar fraudes em criptomoedas.
Destaque a importância da segurança, como a verificação do ícone de cadeado e do “https” na barra de URL ao visitar sites de criptomoedas. Incentive-os a relatar qualquer comunicação suspeita e a verificar a legitimidade das ofertas de investimento.
Proteger-se contra fraudes em criptomoedas é fundamental tanto para empresas quanto para investidores.
Além dos riscos financeiros, fraudes também podem afetar negativamente a reputação de uma empresa. Portanto, implementar medidas de segurança sólidas e educar os clientes é crucial para mitigar esses riscos.
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