Home OutrosMercado Financeiro Tokenização e cripto no setor financeiro: eficiência e inclusão são pilares da transformação

Tokenização e cripto no setor financeiro: eficiência e inclusão são pilares da transformação

by mariliabafutto

A Febraban Tech 2023 reuniu especialistas da indústria financeira para discutir as últimas tendências e inovações no setor, incluindo a tokenização. Os palestrantes, incluindo representantes do Santander, Bradesco, Paxos e Hathor Labs, compartilharam percepções sobre a tokenização e seu impacto no setor financeiro, destacando benefícios e desafios.

A discussão sobre a criptoeconomia e os ativos digitais regulados também foi abordada em um painel com a participação de especialistas do Banco Central, BTG Pactual, Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Pinheiro Neto e B3.

Continue a leitura para saber quais foram os principais pontos discutidos durante a palestra, destacando os benefícios e desafios da tokenização.

Tokenização: uma revolução para a indústria financeira

A tokenização é um processo revolucionário que converte ativos físicos ou digitais em tokens armazenados em blockchain. Esses tokens representam uma variedade de ativos, eliminando intermediários e agilizando transações com menor custo.

Ao longo do primeiro dia, os palestrantes enfatizaram que a tokenização tem o potencial de proporcionar eficiência, redução de custos e maior inclusão social no setor financeiro. 

Ao transformar ativos em tokens, a tecnologia blockchain elimina a necessidade de intermediários tradicionais, agilizando e simplificando o processo de transferência e negociação de ativos. Isso resulta em transações mais rápidas, seguras e transparentes, com menor custo.

Além disso, a tokenização permite a divisibilidade dos ativos, tornando-os acessíveis a um número maior de pessoas. Por exemplo, a tokenização de imóveis possibilita que investidores comprem frações de propriedades, tornando o investimento imobiliário mais acessível para pequenos investidores.

A adoção em larga escala da tokenização requer uma colaboração estreita entre reguladores, instituições financeiras e empresas de tecnologia. A regulamentação adequada é essencial para garantir a segurança e a confiança no ecossistema tokenizado, protegendo os investidores e promovendo um ambiente saudável para o crescimento dessa nova economia.

Os pilares da inovação financeira e a demanda dos consumidores

Marcelo, CTO da Hathor Labs, destacou que a inovação financeira é impulsionada por três pilares: tecnologia, empresas e consumidores. Ele ressaltou a importância de entender as mudanças nos padrões de consumo e a demanda por produtos e serviços cripto. 

Já Evandro, Head de Produto (Digital Assets) do Santander, enfatizou que a tokenização permite aos usuários controlar seus próprios dados e interagir com outras pessoas de forma engajada. Juliana, Enterprise Partnership Manager da Paxos, mencionou a necessidade de inclusão social e a importância da colaboração entre reguladores e empresas para mapear riscos reais e buscar um equilíbrio regulatório.

Desafios regulatórios e papel do regulador na tokenização

Durante a palestra, os palestrantes discutiram os desafios regulatórios enfrentados pela tokenização nos Estados Unidos e no Brasil. No Brasil, o Banco Central tem desempenhado um papel fundamental ao impulsionar a inovação e apoiar o desenvolvimento de fintechs. 

O diálogo contínuo entre os reguladores e as empresas do setor é essencial para garantir a proteção dos usuários e a estabilidade do sistema financeiro, promovendo ao mesmo tempo a inovação e a transformação do setor nos próximos anos. 

Além disso, o sandbox regulatório tem desempenhado um papel crucial na promoção da inovação financeira no país. Esse ambiente regulatório experimental permite que as empresas testem novas soluções e modelos de negócios sob supervisão regulatória, proporcionando uma compreensão mais profunda dos desafios e benefícios da tokenização.

Nos Estados Unidos, a atenção está focada na busca por clareza regulatória. As autoridades estão trabalhando para estabelecer diretrizes claras e consistentes para a tokenização e as criptomoedas, com o objetivo de fornecer segurança jurídica e promover um ambiente de negócios saudável. 

Durante a palestra, ressaltou-se a importância da colaboração entre reguladores, instituições financeiras e empresas de tecnologia para superar os desafios regulatórios enfrentados pela tokenização. 

Essa colaboração permite que todas as partes interessadas trabalhem juntas na definição de regras claras e adequadas, levando em consideração os avanços tecnológicos e as necessidades de segurança e proteção dos usuários.

Em resumo, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, a regulamentação adequada e a colaboração entre reguladores, instituições financeiras e empresas de tecnologia são aspectos-chave para enfrentar os desafios regulatórios e promover um ambiente seguro e inovador para a tokenização. 

Parcerias estratégicas e interação com o blockchain

A parceria estratégica entre empresas e instituições acadêmicas desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de ativos digitais e na criação de soluções inovadoras. 

Durante a palestra, Juliana, da Paxos, ressaltou a importância de centralizar informações em uma plataforma segura, proporcionando aos clientes a conveniência de agrupar sua vida financeira em um único sistema para facilitar as transações.

Os palestrantes também exploraram o papel da tecnologia blockchain na redução da superfície de ataque e na criação de contratos inteligentes mais seguros. Marcelo, do Hathor Labs, destacou a relevância dos contratos nano (nano contracts) e a necessidade de superar barreiras tecnológicas para uma adoção mais ampla.

No entanto, os palestrantes também reconheceram os desafios significativos enfrentados pela adoção em larga escala da tokenização. A fragmentação do mercado e a falta de regulamentação adequada foram mencionadas como obstáculos para o crescimento dessa nova economia tokenizada.

Insights da CVM e Banco Central

João Accioly, Diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ressaltou a possibilidade de redução de custos proporcionada pela economia tokenizada. Ele mencionou a diminuição do tamanho mínimo de operações necessárias para recorrer ao mercado, a redução de custos fixos e a eliminação de certos serviços essenciais nas finanças tradicionais. 

Essas mudanças têm um impacto positivo na economia, permitindo que operações menores se financiem por meio do mercado. João também destacou as oportunidades de negócios para aqueles que criam e desenvolvem soluções no mundo cripto, que serve como uma porta de entrada para produtos mais avançados de investimento.

Antonio, representando o Banco Central, enfatizou que a grande oportunidade está mais na tecnologia do que no ativo em si. Ele destacou a melhoria dos processos na instituição financeira, em colaboração com o regulador e seus clientes, por meio da gestão de fraudes e da segurança cibernética. 

Antonio também mencionou a importância de agregar informações e modelos de negócios em um token, aproveitando a validação e segurança que a tecnologia blockchain proporciona.

No que diz respeito às criptomoedas, Antonio mencionou a necessidade de redução ou eliminação da falta de segurança jurídica. Ele ressaltou a dificuldade de definir a natureza jurídica dos ativos e o receio das empresas em investir devido a essa incerteza. 

Ao ser questionado sobre o que ainda falta na regulamentação do mercado de capitais, João, da CVM, destacou que o marco legal já aborda princípios e diretrizes importantes que nortearão o mercado. Ele usou uma analogia para explicar que a regulamentação não precisa ser revisada apenas porque uma nova tecnologia foi introduzida, mas sim deve ser aplicada de forma expressa às empresas prestadoras de serviços de ativos digitais. 

Equilíbrio entre segurança e inovação

Mas apesar desses desafios, os palestrantes mostraram otimismo em relação ao futuro da economia tokenizada. A colaboração contínua e a busca por soluções colaborativas têm o potencial de revolucionar o setor financeiro, proporcionando maior acessibilidade, eficiência e inclusão.

A tokenização está transformando as transações financeiras, abrindo portas para novas possibilidades. À medida que mais empresas e instituições adotam essa tecnologia, espera-se um aumento na eficiência, inclusão financeira e criação de valor.

O evento Febraban Tech 2023 foi um espaço importante para discutir e impulsionar essa transformação. À medida que a tecnologia avança e os desafios são superados, a tokenização se tornará cada vez mais presente nas organizações e na vida cotidiana, trazendo benefícios significativos para a economia global.

Continue acompanhando o blog da idwall para cobertura dos temas abordados na Febraban Tech 2023.

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