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Tecnologia e sustentabilidade abrem Febraban Tech 2023; segurança e Open Finance são destaques

by Gabriel Duque

A 33ª edição do Febraban Tech, maior evento de tecnologia do mercado financeiro, começou nesta terça-feira, dia 27 de junho, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, com o mote central “A bioeconomia e as oportunidades em uma sociedade digital”. Entre os principais temas, estiveram tecnologia e sustentabilidade, sendo abordados já na abertura do congresso com a presença de cinco presidentes de bancos.

Com o tema “Presidentes de bancos destacam a bioeconomia e as oportunidades da sociedade digital”, Maria Rita Serrano (Caixa), Mario Leão (Santander), Milton Maluhy Filho (Itaú Unibanco), Octavio de Lazari (Bradesco) e Roberto Sallouti (BTG Pactual) conversaram sob a mediação de João Borges (Febraban).

Antes deste debate, Isaac Sidney, presidente da Febraban, fez um discurso de abertura, destacando a importância dos bancos e de sua evolução tecnológica e da inovação: “Fazemos parte da vida de milhões de brasileiros. Estamos no dia a dia das pessoas e de empresas. São mais de 180 milhões de clientes bancários espalhados em todo o país. Com a tecnologia, cada um tem a possibilidade de ter o banco na palma da mão. As transformações digitais vão continuar. Inovações como Open Finance e real digital estão a pleno vapor.”

“Quero destacar a criação do PIX com transações financeiras em poucos segundos. É referência nacional e internacional. Não à toa estamos descontinuando ferramentas como o DOC. Com a tecnologia, conseguimos tornar mais democrático o acesso ao crédito e a serviços financeiros. Nós nos tornamos mais próximos das pessoas”, completou Sidney.

Foco na sustentabilidade

No início da mesa-redonda com os presidentes dos bancos, Milton Maluhy Filho destacou que este é um desafio comum a todos no segmento financeiro. “Não basta uma iniciativa isolada de uma instituição ou correr mais que todos os concorrentes. Todos têm que andar no mesmo ritmo”, declarou.

O presidente do Itaú também afirmou que o banco buscará um papel de ajudar os clientes no processo de transição para uma economia mais sustentável, mais verde e com iniciativas e projetos de carbono zero.

Para Octavio de Lazari, o foco para superar o desafio da pegada verde tem que ser na conscientização de todos os envolvidos no mercado, sejam bancos ou empresas. “Precisamos melhorar a conscientização da bioeconomia. Buscamos trazer para as empresas que nós financiamos a consciência da pegada de carbono.”

Já Mario Leão destacou que o assunto é prioridade dentro de todas as áreas do Santander: “É um tema de todo o corpo executivo. Não é só da área de sustentabilidade. A pauta ESG é uma das mais importantes do grupo”. Além disso, o executivo do Santander comentou que o banco tem feito investimentos em transição energética e descarbonização.

Por fim, Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, comentou sobre a oportunidade de alocar a capacidade criativa e os recursos em sustentabilidade de forma eficiente para ajudar clientes e trazer retorno para o Brasil e o mundo.

Leia também: Investimento em ESG: os impactos no setor financeiro

Tecnologia e sustentabilidade andando de mãos dadas

Além de todo o foco e direcionamento de iniciativas para a sustentabilidade, a tecnologia é outro ponto de preocupação, esforços e investimentos dos bancos e instituições financeiras. Segundo pesquisa da Febraban em parceria com a Deloitte, os gastos com tecnologia do setor bancário devem chegar a R$ 45,1 bilhões em 2023, alta de 29% em relação ao ano passado.

São investimentos em mais e melhores serviços, inovações, e aumento de segurança cibernética. Para o presidente do Bradesco, são muitas novidades chegando e é preciso estar preparado para isso. “ChatGPT, IA generativa, computação quântica…são muitas tecnologias novas. O Inovabra é um ecossistema nosso de inovação, de aprenizado e teste”, explicou.

Sobre a IA generativa, Octavio fez uma comparação com o processo de evolução da Bia, a inteligência artificial do Bradesco. “Em 2008, trouxemos a BIA e naquela época demoramos 5 anos para treiná-la. Hoje, fazemos mais de 1,2 bilhões de interações com nossos clientes por meio dela e 60% a 70% de todo o contato é resolvido com a Bia. Mas, com a IA generativa, o que demoramos 5 anos, demoraríamos poucas semanas para desenvolver.”

O executivo do Bradesco também comentou sobre a computação quântica, ainda em estágio inicial. “É um desafio grande. Ainda não sabemos onde vai parar. Pode trazer diversos benefícios em relação à criptografia e à proteção de dados. É preciso que caia na mão das pessoas certas. Se não, nas mãos erradas, aquilo que protege nossos clientes poderá ser destruído em segundos.”

Inclusão bancária

Já a presidente da Caixa destacou a importância do banco no desenvolvimento tecnológico e na inclusão digital financeira. “A Caixa provou seu DNA de função pública. O app Caixa Tem foi o que garantiu a inclusão bancária de 40 milhões de brasileiros que não tinham acesso a serviços bancários. Hoje, ele tem 150 milhões de transações por mês.”

Para o futuro, Maria Rita vê tecnologia e sustentabilidade como aliadas. “Nossa visão é ampliar o debate de sustentabilidade e preocupação social com ações de empreendedorismo e economia digital. O sistema financeiro não atua somente no mercado financeiro, mas também tem função de pensar junto com o governo em negócios sustentáveis”, concluiu.

“Tecnologia empoderou o consumidor”

O presidente do Itaú, por sua vez, destacou a mudança que a tecnologia permitiu para os clientes. “A tecnologia empoderou o consumidor. Hoje, ele tem o banco no celular e pode tomar a decisão quando achar que faz sentido. A forma como você trabalha em torno do cliente é o que faz a diferença”, ponderou.

Milton também abordou a questão do legado tecnológico que não pode ser esquecido, ao mesmo tempo em que as inovações chegam e são implementadas. “Transformar o legado é um desafio completamente diferente. Aprender a fazer isso é fundamental. No Itaú, dois terços dos sistemas legados foram modernizados, com plataforma nova rodando nuvem. Abraçamos o trabalho ágil com uma cultura centrada no cliente para potencializar o uso da tecnologia.”

“Nenhuma decisão estratégica é tomada sem a área de tecnologia”

Para o CEO do BTG, a revolução digital veio como uma oportunidade de fechar o gap competitivo para os grandes bancos, já que essas instituições possuíam grande capilaridade de mercado, diferentemente dos novos players entrantes. Além disso, Roberto Sallouti reforçou o peso e a importância da tecnologia dentro das empresas atualmente.

“A tecnologia está em todas as linhas de negócios. Colocamos a tecnologia no centro do negócio. Não tem uma decisão que você toma sem ter alguém ou algum posicionamento da área de tecnologia, falando qual o custo, o prazo, o impacto. Será que deveríamos nos chamar de banking tech? Tecnologia é a área que mais tem pessoas no banco”, completou.

Segurança também é destaque

Octávio de Lazari afirmou ainda que a proteção e a segurança dos dados é vital neste cenário tecnológico. “Nosso objetivo é garantir o desenvolvimento seguro de produtos e serviços financeiros. Precisamos aprender cada vez mais com as novas tecnologias e apoiar seus avanços segundo as necessidades do sistema bancário.”

O presidente do Itaú corroborou o discurso e viu uma redução nas ocorrências de segurança. “Hoje, existe uma queda no número de incidentes de segurança no setor graças aos métodos e tecnologias certos para essas atividades. Isso nos leva a perceber que a melhor jornada de digitalização é acreditar no potencial das inovações de forma segura.”

Brasil está na liderança do Open Finance, segundo especialista

Outro destaque do primeiro dia de Febraban Tech 2023, além de tecnologia e sustentabilidade, foi o tema do Open Finance. E, segundo Helen Child, fundadora do Open Banking Excellence (OBE), que participou do painel “Open Finance e a evolução dos serviços agregados”, o Brasil é um dos países líderes no desenvolvimento do sistema financeiro aberto.

“Vocês têm uma reguladora muito reconhecida no mundo todo, que realmente pensa no futuro inovador. Todos no mundo estão olhando para o que o Brasil faz”, opinou. Vale destacar ainda que, de acordo com estudo da Open Index, o Brasil tem 3,7 bilhões de chamadas mensais de APIs, sendo o líder do Open Finance em termos de chamadas.

No mesmo painel, Isis Galote, gerente de estratégia do Itaú Unibanco, destacou os benefícios do sistema para os clientes. “Quando eu falo de produto, eu posso ter um produto ou serviço diferente para cada cliente, uma condição diferente para cada cliente. O Open Finance permite trabalhar o volume alto de informações dos consumidores, dar uma oferta personalizada e única para cada cliente.”

Saiba mais sobre o evento:

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