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Cultura Open na Nova Economia e Open Finance: CEO da idwall debate o tema no 2º dia da Febraban Tech

by Gabriel Duque

O Open Finance vem evoluindo no Brasil com a introdução de cada vez mais serviços bancários e financeiros. Inclusive, este avanço já é visto como um caminho para a chamada Cultura Open, ou seja, uma economia aberta com dados compartilhados dos usuários não só no cenário bancário, mas também envolvendo outros contextos e mercados, como seguros, por exemplo.

De olho em todos estes assuntos, o 2º dia do Febraban Tech 2022, nesta quarta (10 de agosto, reservou um painel super relevante no palco principal, com o tema “Cultura Open na Nova Economia”. Com moderação de Leandro Vilain (Febraban), o bate-papo contou com a participação de Lincoln Ando (CEO da idwall), Cristiano Gomes (Bradesco), Jayme Chataque de Moraes (Santander Brasil) e Leonardo Enrique (Serasa Experian).

Continue a leitura abaixo e veja as impressões dos convidados sobre o tema!

Leia também: Futuro do mercado financeiro: nova realidade global, transformação acelerada, bancos digitais, fintechs e muito mais no 1º dia de Febraban Tech

Evolução dos produtos bancários rumo à Cultura Open

Cristiano Gomes, superintendente executivo do Bradesco, lembra que, no Open Finance, o cliente é o centro das atenções das instituições financeiras, já que é preciso personalizar as ofertas para cada usuário, mas, no final, é o consumidor quem toma a decisão de qual produto quer. Ao mesmo tempo, os bancos devem contar com os dados para compreender a necessidade daquele cliente e fornecer melhores serviços.

Oportunidades

“Open Finance traz a oportunidade de adaptar e melhorar o que já existe, usando os dados para melhorar os produtos, entender melhor o cliente e facilitar a tomada de decisão. As empresas que entenderem melhor essa dinâmica vão tirar proveito do ambiente e, para os clientes, haverá maior competitividade”, comentou Cristiano.

Para Jayme Chataque de Moraes, líder de Open Finance e CBDC do Santander Brasil, os produtos financeiros já são impactados pelo Open Finance: “Quem deu o consentimento já tem disponível decisões mais precisas a partir de novas funcionalidades. A análise de risco para o crédito também ganha novas variáveis. Com o Open Finance, o relacionamento é mais amplo e mais próximo entre o cliente que compartilhar o seu dado e a instituição que quer conquistar a confiança do cliente para obter o compartilhamento do dado.” Jayme emendou ainda e disse acreditar que o Open Finance está em produção.

Trilhões de dados

Agora, para Leonardo Henrique, head do Open Finance na Serasa Experian, o primeiro ponto observado com o Open Finance é a multiplicação de dados de transações e saber lidar com eles. “Imagine pegar a gama de informações e histórico do cliente em 12 meses com milhares de transações. Agora, imagine trazer milhões de clientes com milhares de transações e ter que tomar decisões de crédito, organizando essas informações”, explicou.

Inteligência a partir de dados e jornada customizada

Falando ainda sobre os produtos criados a partir do Open Finance, o CEO e fundador da idwall, Lincoln Ando, apresentou três serviços mais usados hoje em dia, mas que poderiam ser utilizados antes mesmo dessa abertura: controle de finanças pessoais, contabilidade e agregação de pagamentos na carteira digital.

Lincoln também destacou como a idwall ajuda neste cenário de oferecimento de produtos personalizados, entendendo melhor os clientes a partir dos dados e da extração de inteligência deles. “A maior dificuldade de um dado que chega em tempo real para o banco é conseguir usá-lo de forma mais efetiva para levar customização ao usuário. Assim, é possível oferecer uma jornada customizada para o usuário e não necessariamente fornecer serviços que já podiam ser feitos antes do Open Finance.”

“Na idwall, podemos dar o exemplo do nosso orquestrador de fluxos, uma espécie de sistema operacional dos dados dos clientes para a empresa ou banco trazer mais inteligência no processo e proporcionar uma jornada customizada”, adicionou.

Experiência do cliente aprimorada e antifraude no Open Finance

Mas além dos novos produtos criados com o Open Finance, de olho no futuro com a Cultura Open, os bancos precisam cuidar também da experiência do cliente e do combate a fraudes.

Segundo o líder de Open Finance e CBDC do Santander Brasil, o foco dos bancos deve ser melhorar a experiência do cliente. “Parte da nossa base de clientes também consome serviços de outras instituições. A partir dos dados, sabemos os serviços usados e podemos montar uma oferta melhor para centralizar os serviços do cliente em um único banco. Em poucos dias, conseguimos analisar o perfil transacional e fazer ofertas relacionadas ao perfil dele.”

Na prática, o Open Finance está amadurecendo e o processo está virando uma realidade. Então, é preciso entender como anda a experiência do cliente, como o consumidor enxerga essa experiência e as oportunidades de evoluir. 

E as práticas de antifraude onde entram?

Para o CEO da idwall, junto com a experiência do cliente e até mesmo para aprimorá-la, é preciso olhar para a questão antifraude. “O Open Finance traz muitas possibilidades, mas também alguns riscos”, ressaltou. 

Afinal, ainda existem brechas de segurança relacionadas principalmente aos usuários finais e a esquemas meticulosos empregados por criminosos que usam identidades de outros usuários em suas articulações.

Imagine só uma pessoa abrir uma conta falsa em nome de outra pessoa em um banco com poucos dados verificados e pedir resgate de um investimento em outro banco. O fraudador vai conseguir aproveitar essa vulnerabilidade e pegar o dinheiro. 

“A idwall ajuda a olhar para outros dados, solicitando documentação extra e prova de vida para adicionar mais segurança ao processo, colocando mais fricção e dificultando”, declarou Lincoln Ando, que destacou a responsabilidade de ambas as instituições envolvidas na situação, caso a fraude se consolide.

“Por isso, precisamos tomar cuidado com os serviços abertos”, complementou.

Saiba mais: Desafios do Open Finance: como melhorar a segurança e privacidade digital

Implementação bem-sucedida do Open Finance 

Os executivos do Bradesco e do Santander também ressaltaram o esforço realizado na implementação com sucesso do modelo de Open Finance no Brasil. “Diferentemente do PIX que é um produto centralizado, o Open Finance é um produto distribuído e as instituições precisam se conectar a ele por meio de sua própria API. Foi um esforço, empenho e investimento muito grande financeiro, de tempo e energia”, falou Cristiano.

“Devemos ter muito orgulho do que estamos colocando de pé. O que colocamos à disposição do brasileiro no Open Finance é a experiência mais ampla do mundo. Não tem país no mundo com tantos produtos disponíveis. O Reino Unido não entende o que conseguimos fazer em tão pouco tempo. Chama a atenção deles a velocidade de implementação e a velocidade de engajamento dos consumidores”, acrescentou Jayme.

Leonardo, do Serasa, reforçou a visão de inclusão financeira proporcionada pelo Open Finance e essa Cultura Open. “No total, 4 milhões de pessoas podem ser incluídas no mercado de crédito olhando na perspectiva de adoção do Open Finance e 20 milhões de pessoas, em 5 anos

Para Lincoln, esse movimento enfatiza a importância de entender as tecnologias lançadas em determinado período de tempo e se adaptar. “Na idwall, fomos nascidos para gerar inteligência através de dados. Para isso, é preciso usar tecnologias para entregar o dado da melhor forma possível. Os momentos de LGPD, PIX e Open Finance foram movimentações gigantescas nos últimos anos e, de tempos em tempos, precisamos fazer as adequações necessárias para atender a essas mudanças”, declarou.

Mas o Open Finance é seguro?

Os dirigentes dos bancos também garantiram que o sistema é seguro e que os usuários não precisam se preocupar. “É o mais seguro do mundo e conta com o que há de mais moderno em segurança. A cibersegurança evoluiu tanto que é paradoxal: quanto mais aberto, mais seguro e o Open Finance usou esse ecossistema. Especialistas de segurança do mundo todo contribuíram para os padrões atuais”, afirmou Cristiano.

Jayme ainda lembrou os parâmetros exigidos de segurança para os bancos participantes do sistema, como:

  • Exigência de homologação pelo OpenID Foundation;
  • Não participar sem autorização do Banco Central;
  • Certificação digital nas duas pontas: recebedora e transmissora do dado;
  • Homologado por autoridade certificadora independente.

Depois de passar por todos esses gates, o participante precisa ficar no diretório compartilhado com vigilância permanente.

Por outro lado, Lincoln alerta que, apesar dos protocolos serem seguros, existe a chance de brechas por outros tipos de vulnerabilidades. “O criminoso pode roubar o celular da pessoa e usar para acessar o serviço financeiro. É aí que a idwall entra para trazer uma camada de segurança, com verificações de geolocalização, dados de comportamento, prova de vida e outras. Assim, é possível saber que o fraudador está tentando fazer a movimentação e se passar por outra pessoa.”

“Se criarmos essa infraestrutura para ajudar as empresas, elas não precisam descer para essa camada de preocupação e podem focar no core business”, concluiu o CEO da idwall.

Para encerrar o painel sobre Cultura Open, Leonardo destacou a importância do security by design para pensar na concepção das soluções e serviços desde o início de olho em segurança. “Segurança é inegociável”, decretou.


EM BREVE! Fique de olho que, nos próximos dias, vamos divulgar um playbook com todos os conteúdos da Febraban Tech. Para receber a cobertura completa com o material 100% gratuito, assine a nossa newsletter!

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