Com as preocupações cada vez maiores de consumidores, investidores e mercado em relação aos fatores ESG (ambientais, sociais e de governança), as empresas precisam se adaptar a este cenário. Para isso, não basta só adotar medidas que avancem na direção da responsabilidade ambiental e social. É necessário ir além, com o monitoramento e mensuração de impactos e riscos envolvidos, além da implementação de políticas apropriadas.
Por causa de todas essas questões, o Banco Central passará a cobrar dos bancos brasileiros a inclusão de uma série de medidas a partir de dezembro deste ano. Entre os processos que serão exigidos, estão:
- Mensuração dos impactos das mudanças climáticas para os negócios
- Introdução de riscos climáticos no gerenciamento de risco e capital
- Desenvolvimento de uma política de responsabilidade ambiental e social
- Elaboração de um relatório anual com dados e informações sobre o assunto
O que você vai conferir:
Como desenvolver tais ações de responsabilidade ambiental e social
Por ser uma ação inovadora no Brasil e até mesmo na América Latina, o Bacen planeja apresentar, neste mês de outubro, no Relatório de Estabilidade Financeira (REF) alguns indicativos e referências para ajudar as instituições financeiras. No entanto, tal material não precisa ser seguido a risco, já que cada banco pode adotar um modelo próprio.
Além disso, o Banco Central vai monitorar as preparações para cumprir com as novas regras. Mas, ao mesmo tempo, o órgão avisou que não será tão exigente por agora neste começo de trabalho por ser um processo de aprendizado para os envolvidos.
Em geral, o documento deve apresentar informações sobre como os bancos e demais instituições terão de calcular os efeitos de secas extremas ou temporais, por exemplo, sobre os serviços praticados e seus ativos.
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Principal desafio nos relatórios e informações sobre impactos climáticos
Um dos principais problemas neste processo de elaboração de documentos de responsabilidade ambiental e social é a padronização.
Apesar dos indicativos do Banco Central a fim de tentar facilitar a divulgação dos dados, ainda não existe um padrão internacional e muito menos nacional em relação aos impactos das mudanças climáticas. O que dificulta um pouco no avanço sobre o tema e na maior transparência das instituições.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por sua vez, declarou que, embora ainda não exista uma metodologia ou cenário específicos definidos pelo Banco Central, já foram criados requisitos importantes para o gerenciamento de risco. Por exemplo: análise geográfica, setorial e temporal.
Neste sentido, a federação prevê também uma agenda evolutiva no assunto para avançar o segmento bancário como um todo.
Urgência do tema da responsabilidade ambiental e social
A crescente preocupação sobre temas de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, ações sociais e compliance levantou o debate sobre o assunto, trazendo pontos como:
- A responsabilidade das empresas;
- O que elas podem fazer para trazer mais transparência sobre os riscos existentes, suas estratégias realizadas e os resultados;
- Como fazer o monitoramento constante das situações.
Tudo isso reforçou a necessidade dos negócios darem visibilidade para os riscos e medidas de ESG em relatórios, balanços e afins.
Vale destacar que, de acordo com levantamento do Instituto de Auditoria Independente do Brasil, apenas 21% das empresas do IBrX 100 (o índice Brasil 100 que reúne os 100 ativos mais negociados e representativos do mercado de ações na B3) mencionaram algum tipo de risco ligado a questões de ESG em seus balanços.
No entanto, recentemente, a Securities and Exchange Commission (SEC), nos Estados Unidos, anunciou novas regras para as empresas para divulgação de informações ESG, padronizando os relatórios e também adicionando a questão de gerenciamento e impactos dos riscos climáticos e de governança.
Da mesma forma, na Europa, a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa foi atualizada para as empresas publicarem relatórios padronizados regulares sobre as atividades de impacto ambiental e social a partir do ano fiscal de 2023.
Por fim, no Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu a Resolução nº 59. Tal medida traz exigências com relação à geração de informações ESG nos relatórios financeiros das empresas de capital aberto.
Indo além da responsabilidade ambiental e social
É importante ressaltar também a relevância de abordar o compliance no cenário do ESG e da responsabilização das empresas em relação ao cumprimento de legislações vigentes.
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Neste sentido, a idwall conta com ferramentas e tecnologias integradas para apoiar os bancos e instituições financeiras no atendimento a regulamentações, como por exemplo, Prevenção à Lavagem de Dinheiro, Anticorrupção, Know Your Customer e outras, a fim de assegurar a conformidade e evitar fraudes.
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