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Responsabilidade ambiental e social: bancos devem medir riscos climáticos

by Gabriel Duque

Com as preocupações cada vez maiores de consumidores, investidores e mercado em relação aos fatores ESG (ambientais, sociais e de governança), as empresas precisam se adaptar a este cenário. Para isso, não basta só adotar medidas que avancem na direção da responsabilidade ambiental e social. É necessário ir além, com o monitoramento e mensuração de impactos e riscos envolvidos, além da implementação de políticas apropriadas.

Por causa de todas essas questões, o Banco Central passará a cobrar dos bancos brasileiros a inclusão de uma série de medidas a partir de dezembro deste ano. Entre os processos que serão exigidos, estão:

  • Mensuração dos impactos das mudanças climáticas para os negócios
  • Introdução de riscos climáticos no gerenciamento de risco e capital
  • Desenvolvimento de uma política de responsabilidade ambiental e social
  • Elaboração de um relatório anual com dados e informações sobre o assunto

Como desenvolver tais ações de responsabilidade ambiental e social

Por ser uma ação inovadora no Brasil e até mesmo na América Latina, o Bacen planeja apresentar, neste mês de outubro, no Relatório de Estabilidade Financeira (REF) alguns indicativos e referências para ajudar as instituições financeiras. No entanto, tal material não precisa ser seguido a risco, já que cada banco pode adotar um modelo próprio.

Além disso, o Banco Central vai monitorar as preparações para cumprir com as novas regras. Mas, ao mesmo tempo, o órgão avisou que não será tão exigente por agora neste começo de trabalho por ser um processo de aprendizado para os envolvidos.

Em geral, o documento deve apresentar informações sobre como os bancos e demais instituições terão de calcular os efeitos de secas extremas ou temporais, por exemplo, sobre os serviços praticados e seus ativos. 

Leitura recomendada: Processo de onboarding: como a digitalização ajuda na sustentabilidade

Principal desafio nos relatórios e informações sobre impactos climáticos

Um dos principais problemas neste processo de elaboração de documentos de responsabilidade ambiental e social é a padronização.

Apesar dos indicativos do Banco Central a fim de tentar facilitar a divulgação dos dados, ainda não existe um padrão internacional e muito menos nacional em relação aos impactos das mudanças climáticas. O que dificulta um pouco no avanço sobre o tema e na maior transparência das instituições.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por sua vez, declarou que, embora ainda não exista uma metodologia ou cenário específicos definidos pelo Banco Central, já foram criados requisitos importantes para o gerenciamento de risco. Por exemplo: análise geográfica, setorial e temporal.

Neste sentido, a federação prevê também uma agenda evolutiva no assunto para avançar o segmento bancário como um todo.

Urgência do tema da responsabilidade ambiental e social

A crescente preocupação sobre temas de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, ações sociais e compliance levantou o debate sobre o assunto, trazendo pontos como:

  • A responsabilidade das empresas;
  • O que elas podem fazer para trazer mais transparência sobre os riscos existentes, suas estratégias realizadas e os resultados;
  • Como fazer o monitoramento constante das situações.

Tudo isso reforçou a necessidade dos negócios darem visibilidade para os riscos e medidas de ESG em relatórios, balanços e afins.

Vale destacar que, de acordo com levantamento do Instituto de Auditoria Independente do Brasil, apenas 21% das empresas do IBrX 100 (o índice Brasil 100 que reúne os 100 ativos mais negociados e representativos do mercado de ações na B3) mencionaram algum tipo de risco ligado a questões de ESG em seus balanços.

No entanto, recentemente, a Securities and Exchange Commission (SEC), nos Estados Unidos, anunciou novas regras para as empresas para divulgação de informações ESG, padronizando os relatórios e também adicionando a questão de gerenciamento e impactos dos riscos climáticos e de governança.

Da mesma forma, na Europa, a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa foi atualizada para as empresas publicarem relatórios padronizados regulares sobre as atividades de impacto ambiental e social a partir do ano fiscal de 2023.

Por fim, no Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiu a Resolução nº 59. Tal medida traz exigências com relação à geração de informações ESG nos relatórios financeiros das empresas de capital aberto. 

Indo além da responsabilidade ambiental e social

É importante ressaltar também a relevância de abordar o compliance no cenário do ESG e da responsabilização das empresas em relação ao cumprimento de legislações vigentes.

Saiba mais: G de ESG: qual a importância da gestão de compliance e riscos?

Neste sentido, a idwall conta com ferramentas e tecnologias integradas para apoiar os bancos e instituições financeiras no atendimento a regulamentações, como por exemplo, Prevenção à Lavagem de Dinheiro, Anticorrupção, Know Your Customer e outras, a fim de assegurar a conformidade e evitar fraudes.

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