Agora já está valendo o projeto-piloto do real digital, a futura moeda digital nacional do Brasil. O Banco Central anunciou, no último dia 6 de março, que o teste vai acontecer em ambiente simulado, ou seja, sem envolver transações e valores reais. A previsão é de que o lançamento para o público ocorra até o final de 2024.
O que você vai conferir:
Breve histórico do real digital
Os debates sobre a criação e a emissão de uma moeda digital nacional surgiram em agosto de 2020.
Em maio de 2021, foram constituídas as diretrizes do real digital, englobando o diálogo com as instituições financeiras e iniciativas técnicas, a fim de analisar os potenciais e capacidades para desenvolvimento da moeda, assim como as tecnologias necessárias e disponíveis para a implementação.
Neste sentido, o Banco Central concluiu ser importante manter a intermediação financeira do real digital para realizar a implantação com sucesso e alcançar os objetivos almejados com a moeda, como a inclusão financeira digital e a geração de crédito no sistema bancário.
Inclusive, o LIFT Lab (Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas), responsável pelas propostas de inovação no Sistema Financeiro Nacional, recebeu 9 propostas de aplicação da moeda digital e iniciou em setembro de 2022 seus trabalhos com o intuito de criar um mínimo produto viável (MVP) do real digital.
Como será o projeto-piloto da moeda digital nacional?
Nesta primeira fase, os testes serão realizados com tecnologias de registro distribuído (DLT). O acesso será limitado apenas às instituições financeiras autorizadas pelo próprio Bacen, que vai escolhê-las para participação a partir do mês de maio.
No projeto, a simulação vai envolver a participação de usuários finais na compra de títulos públicos federais, em parceria com o Tesouro Nacional, por meio de depósitos de ativos tokenizados do real digital. Esta será uma das possíveis aplicações da versão virtual do real.
A plataforma definida pelo Bacen para o teste foi a Hyperledger Besu, com o uso da Ethereum Virtual Machine (EVM) como DLT. Fábio Araújo, coordenador do Real Digital no Banco Central, explicou como será realizada essa operação de forma simples, como se fosse um e-commerce.
“Nessa transação simulada, um comprador fictício vai acessar o app do seu banco. Dentro de um marketplace, o cliente vai ver um ativo que ele gostaria de comprar, como um título público. Do outro lado, a pessoa (vendedor) que quer vender seu título público, coloca em venda no marketplace. O comprador, então, pode pedir aquele título e comprar via app do banco. O banco do cliente transfere o valor para o banco do vendedor, que recebe o montante em ativo tokenizado. O ciclo se fecha entregando o título público federal na carteira do comprador”, declarou.
Funcionamento e custos da moeda digital nacional
Com o início dos testes, o objetivo do Bacen é analisar o funcionamento da infraestrutura tecnológica da moeda digital. Assim, pode-se observar se o real digital atenderá no futuro os serviços financeiros do mesmo modo que o PIX revolucionou operações bancárias para o usuário comum.
Outra questão importante é sobre o custo operacional para colocar a moeda em prática. Uma vez que, atualmente, o valor por transação na rede Ethereum ainda é elevado, chegando a cerca de US$ 10 por cada operação. O que precisa ser reduzido.
Leia também:
Banco Central Europeu seleciona 5 empresas para testes com euro digital
Como vai funcionar o dólar digital?
Cronograma e próximos passos do real digital
Na sequência do projeto-piloto, os envolvidos têm até dezembro deste ano para finalizar a parte de desenvolvimento e testes básicos do real digital e tokenizado e, para as simulações com os títulos públicos, o prazo vai até fevereiro de 2024.
Ou seja, a partir de março de 2024, a próxima etapa será de avaliação de todos os processos e operações relacionados à moeda digital nacional. Durante a análise, há duas possibilidades: a manutenção dos protocolos criados anteriormente ou a instauração de novos mecanismos para aumentar a robustez do sistema de ativos digitais.
Então, segundo o coordenador da iniciativa Fábio Araújo, o Banco Central prevê abrir a plataforma para a população até o final de 2024, como mencionamos no início deste texto.
Dúvidas comuns sobre o real digital
O que será o real digital na prática?
Trata-se de uma extensão da moeda física, emitido pelo próprio Bacen, com a intermediação de bancos e instituições de pagamentos para distribuição à população. Inclusive, a cotação em relação a outras moedas seguirá da mesma forma.
“Moeda digital é diferente de criptomoeda”
Diferentemente dos criptoativos, o real digital é uma versão do real tradicional, mas de uma maneira moderna, sendo assim, uma forma do Banco Central atuar no mercado digital e trazer novas tecnologias para a população e fazer com que menos pessoas se exponham ao risco.
É importante saber que a moeda digital, além de ser garantida pelo Banco Central, vai trazer possibilidade de melhorias de processos já utilizados, como: contratos inteligentes, pagamentos entre países e uso de IoT (Internet das Coisas). Ou seja, permite que todas as empresas e pessoas estejam mais conectadas ao mundo, podendo tomar decisões baseadas em dados em tempo real e com mais rapidez.
Como será possível usar a moeda digital nacional?
Segundo o Banco Central, todas as pessoas interessadas em usar o real digital vão precisar ter uma carteira virtual por meio de um agente autorizado, seja um banco ou instituição de pagamento para fazer o controle.
No começo, a versão digital da moeda será usada apenas de forma adicional das células, mas poderá ser convertida para depósito bancário ou real físico. Porém, o foco será mesmo as transações financeiras digitais.
Quando falamos em ambiente jurídico, Fábio explica que essa é uma ferramenta que também lida com informações pessoais e financeiras. Assim, deve atender à LGPD para garantir a privacidade e evitar a lavagem de dinheiro, além de aderir a todos os acordos internacionais.
Para o Banco Central, quando o ambiente de blockchain estiver disponível, os bancos também vão poder oferecer moedas privadas e, por isso, todas as instituições financeiras precisam estar alinhadas.
Leia também: Moedas digitais nacionais: privacidade é maior exigência de cidadãos
Como a idwall ajuda a manter os serviços financeiros seguros
O desenvolvimento tecnológico está cada vez mais acentuado e a digitalização do mercado bancário e financeiro acelerada. Por isso, é importante que os bancos e instituições financeiras tenham ferramentas capazes de manter suas operações seguras e em compliance com as legislações.
Assim, é possível evitar que fraudes de identidade se concretizem e provoquem altos impactos financeiros para usuários e instituições.
Neste sentido, conte com o apoio das tecnologias e ferramentas integradas da idwall. A nossa plataforma reúne verificação de documentos, verificação biométrica e background check com pesquisas em mais de 250 bancos de dados.
Com isso, podemos ajudar a sua empresa a gerenciar melhor os riscos, cumprir os requisitos das legislações, automatizar o processo de onboarding digital dos usuários e também prevenir fraudes.
Quer saber mais detalhes? Preenche o formulário abaixo e entre em contato com nossos especialistas: