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Febraban Tech 2023: 8 em cada 10 transações bancárias são em canais digitais

O terceiro e último dia do Febraban Tech 2023, realizado nesta quinta, dia 29 de junho, começou com um painel repleto de informações sobre o cenário de tecnologias e transações bancárias dentro do setor financeiro no Brasil.

Com o tema “Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária: um panorama sobre tendências, investimentos e adoção”, Raphael Vilela Wahrendorff (Caixa), Rodrigo Mulinari (Banco do Brasil) e Sergio Biagini (Deloitte Brasil), com mediação de Mona Dorf (Febraban), debateram o tema.

Para iniciar a análise, Sergio Biagini, sócio-líder para a indústria de serviços financeiros da Deloitte, apresentou os dados do estudo que foi dividido em duas partes. Na primeira etapa do levantamento, foram mostradas as agendas dos bancos para o ano de 2023.

As 3 prioridades das instituições bancárias foram análise e exploração de dados via Open Finance, transformação cultural, moedas e ativos digitais. O que envolve diversas áreas dentro de um banco ou organização.

Preocupações de TI dos bancos e investimentos em tecnologias

Já, observando as agendas de TI dos CIOs dos bancos, os principais destaques foram:

  • Cloud, com orientação para modernizar as aplicações e acelerar a migração para a nuvem, escalando e tirando o máximo de valor.
  • IA, como forma de acelerar automação e digitalização. Os bancos devem usar as diversas aplicações e tipos de IA para escalar processos, negócios e a área de tecnologia.
  • Segurança cibernética, sendo a segurança cibernética inteligente um novo olhar sobre o tema, uma vez que não é só a aplicação em si, mas ter um framework, uma governança e uma camada analíta para tratar a cibersegurança.
  • Movimentos emergentes, como ESG, principalmente eficiência energética, tokenização, real digital, 5G e outros.

Em relação às tecnologias aplicadas, aumentou bastante o uso de blockchain e 5G, mas IA, analytics e Big Data ainda lideram na utilização entre os bancos. Para 2023, entre as tecnologias que mais tiveram elevação do orçamento, estão: CRM (70%) e IA, analytics e big data (28%).

No geral, a expectativa de investimento para 2023 é de R$ 45 bilhões, um aumento de 29% em relação ao ano anterior.

Cenário das transações bancárias e força dos canais digitais

Na segunda parte da pesquisa, o foco foi as transações bancárias que tiveram, em média, um crescimento de 30% em 2022, com um total de 163 bilhões de movimentações. 

Ao olhar de forma segmentada, somente o mobile cresceu 54% nas operações (total de 107 bilhões) e, puxando um recorte por canais digitais (somando mobile e internet banking), quase 8 em cada 10 transações foram realizadas por este meio.

PIX

Do ponto de vista do PIX, o sistema instantâneo de pagamentos e transferências teve crescimento de 105%, dobrando o volume operacionalizado. Foram 11,7 bilhões de operações em 2022, contra 5,7 bilhões um ano antes. Desse montante, 96% foi realizado por mobile. 

Inclusive, os usuários cadastrados no PIX tiveram um salto de 71,8 milhões para 88,7 milhões. E aproximadamente a metade desses consumidores realiza mais de 30 operações financeiras com o PIX por mês.

WhatsApp

Outro dado interessante trazido pela pesquisa mostra que as transações bancárias por WhatsApp tiveram crescimento de mais de 500% em 2022, somando 56,2 milhões de operações.

Contas bancárias

Segundo a pesquisa da Febraban, o total de contas ativas também alcançou a marca de 469 milhões, sendo que 45% estão presentes no mobile. Outra divisão indica que 95% das contas são de pessoas físicas.

A abertura de contas registrou um total de 24,7 milhões via canais digitais em 2022, com alta de 23% em relação ao ano anterior (lembrando que, em 2021, foi a primeira vez que ultrapassou o físico). Além disso, entre os canais físicos, foram 18,5 milhões de contas abertas, alta de 6%.

Open Finance

Quando o assunto é Open Finance, também notamos um crescimento escalável, indo de 612 mil consentimentos em 2021 para 6,5 milhões em 2022.

Seguros

Além das transações bancárias, a pesquisa traz também um recorte sobre seguros. Um número de destaque revela que 55,2 milhões de novos produtos de seguros contratados foram por meio dos bancos. Além disso, 25% é a proporção de contas ativas que contrataram ao menos um produto de seguro.

Impressões do relatório

Rodrigo Mulinari, diretor de tecnologia do Banco do Brasil e do comitê de inovação e tecnologia da Febraban, ressaltou a necessidade do investimento em tecnologia pelo setor bancário: “Mesmo as transações feitas em agências, passam pela tecnologia. O comportamento do cliente que acessa cada vez mais o sistema financeiro, com novos usuários entrantes e o cenário de multicontas forçam os 

“O sistema bancário é o que mais investe em tecnologia no Brasil”, complementou Mulinari, lembrando que o segredo hoje é ser mais rápido, mais escalável e responder de modo mais ágil aos problemas e crescimentos de novidades, como o PIX.

Sobre as principais tecnologias adotadas, o executivo citou a cloud, como grande ferramenta para ser cada vez mais ágil, seguro e resiliente, e a IA, como ferramenta que serve para quase tudo, como por exemplo, no onboarding digital em que a IA auxiliou muito no processo na captura de documentos, leitura facial e análise de documentos de backoffice, auxiliando clientes e trazendo segurança

A terceira tecnologia apontada por Mulinari diz respeito à segurança cibernética. “Ela reflete confiança e robustez dos sistemas. Além de ser seguro, o cliente precisa perceber que somos seguros”, destacou.

Por outro lado, Raphael Vilela Wahrendorff, superintendente nacional de soluções de TI da Caixa, destacou as dificuldades no contexto atual: “É um desafio enorme criar uma jornada ou um processo que mitigue a fricção do cliente com todos os processos de segurança para que se tenha a sensação de segurança e se consiga confiar no canal.”

Neste sentido, o executivo da Caixa acredita que IA e dados são fundamentais para que tais processos ocorram efetivamente e deem certo. Além disso, os ambientes de cloud e multicloud vão permitir escalar e ter velocidade para inovar.

Personalização e eficiência na exploração dos dados

Por fim, Biagini comentou sobre a importância dos dados para o banco ter uma visão 360 efetiva e gerar melhor personalização de serviços para os clientes. “Temos dados de transação, cartão, investimento, crédito, perfil do cliente… Precisamos gerar uma visão 360 sobre todos eles integrados para personalizar melhor. Com o Open Finance, vira uma visão 720. São dados que não conheço e não estão na minha base, mas preciso tratar meus motores para fazê-los virar insight e tornar a personalização efetiva”, explicou.

Para Mulinari, este momento passa muito pela maturação de diversas tecnologias para uso. “Várias tecnologias estão ficando maduras para uso. A IA está mais aplicável. Cloud ficou madura há pouco tempo para escalar. Essas tecnologias trazem uma gama de oportunidades de fazer novas soluções e produtos. E TI passa a ser integrada à unidade de negócios, trabalhando todo muito junto em prol do usuário”, completou.

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