Conforme divulgado pelo pelo presidente do Banco Central (Bacen), Roberto Campos Neto, o projeto piloto do Real Digital, moeda digital nacional, será lançado no segundo semestre deste ano e já tem uma estrutura de como será montado. A versão brasileira de CBDC (do inglês, “Central Bank Digital Currency), será feita a partir de uma stablecoin – moeda digital que deriva seu valor de mercado de alguma referência externa, como uma moeda nacional ou metais preciosos – e com base no Sistema de Transferência de Reservas (STR), meio em que são realizadas as transferências de recursos entre instituições financeiras.
O executivo ainda destacou que o STR tem o Real como garantia, e, assim, será criado uma espécie de STR digital, que terá como precaução o Real Digital. Além disso, os bancos poderão emitir stablecoins em cima dos depósitos realizados. Campos ainda afirmou que o projeto Real Digital é uma maneira de digitalizar a moeda, mas sem provocar ruptura no balanço dos bancos.
Mas o que significa esse novo projeto? Continue a leitura, saiba mais sobre o projeto de moeda digital nacional e o que é preciso ficar atento na operação de moedas digitais.
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O que você vai conferir:
O que é a moeda digital brasileira?
O Real Digital pode ser entendido como a versão digital da moeda brasileira em espécie e sua emissão é de competência do Bacen. O objetivo é ter uma nova forma de ter dinheiro e fazer transações com essa moeda digital.
A ideia começou a ser discutida em agosto de 2020, quando o Bacen criou um grupo para estudar moedas digitais emitidas por bancos centrais – CBDC, como mencionado acima. Além disso, o principal objetivo era avaliar quais seriam os benefícios e impactos da implantação desse projeto no dia a dia.
Com o Real Digital será possível fazer basicamente tudo que já é feito. Porém, o maior benefício é que a moeda será lastreada ao real em espécie.
Por meio do Real Digital será possível realizar todas as transações costumeiras do dia a dia, mas em um formato de transação único que transforma o dia a dia dos Bancos Centrais.
Eles começam, a partir disso, a lançar dinheiro digital ao invés de notas e moedas em espécie.
A partir desse movimento, de troca de produção de dinheiro, os bancos centrais vão começar a economizar com impressão de dinheiro. Afinal, a moeda digital não possui os mesmos gastos de emissão que a moeda em espécie. Com isso, é possível proporcionar maior segurança e economia. Claro, além de ser algo completamente regulado pela autoridade monetária.
Qual a diferença entre o Real Digital e o Real em Espécie?
O Real Digital será emitido pelo próprio Banco Central, assim como acontece atualmente. Sua distribuição ocorrerá por meio das instituições financeiras, bancos e organizações que participam dos sistemas de pagamento atuais. Após isso, ele poderá ser usado normalmente pelos usuários.
A principal diferença entre a moeda digital e a moeda física é que o primeiro mencionado não poderá ser convertido para células físicas. Ao invés de cédulas, o Bacen irá gerar códigos que estão nos valores correspondentes do Real.
A nova moeda digital poderá ser usada da mesma forma que o dinheiro de papel, mas, para realizar transações, como pagamentos e compras, o usuário deve ter o aplicativo de carteiro em seu celular para realizar as transações.
Outra novidade é o uso dessa moeda digital no exterior: o Real Digital poderá ser usado em qualquer lugar do mundo, sem que seja necessário realizar a conversão para a moeda local. Com isso, há redução na emissão de papel-moeda.
Como a Moeda Digital poderá ser usada?
Segundo algumas informações do Bacen, tem algumas situações já previstas em que o Real Digital poderá ser usado, como:
– No varejo e em transações simples;
– Na aplicação nos sistemas de pagamentos online atuais e numa nova modalidade offline em desenvolvimento;
– Na distribuição imediata da moeda digital por meio de sistemas de pagamentos;
– Possibilidade de aumento de modelos de negócios inovadores e focados em tecnologia avançada.
Uma das principais propostas do uso do Real Digital também está relacionada com o aumento da implementação da Internet das Coisas (IoT) em boa parte dos dispositivos nacionais. Assim, por exemplo, uma smart tv pode identificar que a assinatura de um canal ou serviço de streaming está próximo do final do contrato e assinar novamente com o uso da moeda digital.
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Real Digital e Criptomoeda são a mesma coisa?
Essa é uma dúvida bem frequente entre as pessoas, mas o projeto do Real Digital e a criptomoeda são coisas distintas. Ambas foram pensadas e idealizadas para serem usadas no ambiente digital, mas há diferenças entre elas – e a principal é referente a administração das moedas. Enquanto a moeda digital é administrada e distribuída de forma centralizada pelo Estado Emissor – no caso, o Bacen – a criptomoeda não possui um dono específico. O proprietário é determinado pelo próprio usuário, descentralizando-a. Além disso, as criptomoedas são consideradas ativos financeiros, e a moeda digital realiza somente algumas transações.
Pontos atenção na operação de moedas digitais
Ao lançar um projeto de moeda digital, é necessário estar em compliance e seguir os processos de Anti-Money Laundering (AML) – ou, em português – Prevenção à Lavagem de Dinheiro (PLD) será um grande desafio. No caso, essa prática irá ajudar no trabalho de compliance para seguir com as exigências da legislação e demais normas.
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