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Primeiros reais digitais ainda não foram emitidos e protótipo deve sair em 2023

by Gabriel Duque

Nos últimos dias, surgiram diversas notícias de que o Banco Central começou a emitir, de forma experimental, os primeiros reais digitais, ou seja, as primeiras unidades da moeda digital nacional. O que seria um passo importante no processo de criação da moeda digital. 

No entanto, esse passo ainda não ocorreu, segundo nota da Federação Nacional de Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac), que é responsável por organizar o Lift Challenge. De acordo com os responsáveis, os protótipos iniciais devem sair só em 2023. Além disso, a moeda digital permanece no momento em fase de análises das propostas de uso.

O objetivo do desenvolvimento do real digital é facilitar as transações financeiras, bem como reduzir a circulação do dinheiro em espécie. Essa mudança faz parte das ações do Banco Central de olho na inovação e modernização do sistema bancário e financeiro brasileiro.

A iniciativa é realizada pelo Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas (LIFT), criado em 2020.

Leia também: Agenda do Banco Central: “No final, PIX, Open Finance e Real Digital serão integrados”, diz presidente do Bacen 

Avanço dos reais digitais

O desenvolvimento da moeda segue a mesma linha das outras Central Banks Digital Currencies (CBDC), ou moeda digital dos bancos centrais. Assim, os reais digitais são controlados pelo Bacen e possuem um valor estável, diferentemente de criptomoedas, como o bitcoin ou o ethereum, que têm cotações que oscilam diariamente.

Existem nove projetos em andamento para usos e aplicações dos reais digitais no cotidiano do brasileiro, liderados por empresas como Aave, Santander Brasil, Febraban, Giesecke + Devrient, Itaú Unibanco, Mercado Bitcoin, Tecban, Vert e Visa do Brasil. Explicamos mais sobre cada um dos projetos neste artigo aqui.

Sobre os estudos e análises, a entidade se pronunciou via nota: “A Fenasbac esclarece que não houve e que não está prevista a emissão do Real Digital dentro do escopo e da vigência do laboratório Lift Challenge: Real Digital”.

Os próximos passos, conforme a previsão dos planos da entidade, indicam a conclusão do laboratório entre o fim deste ano e o início do próximo. A partir daí, se dará a fase de testes dos projetos pilotos, programada para ir até a primeira metade de 2024.

Já o lançamento oficial deve ocorrer no segundo semestre de 2024.

O Banco Central, por sua vez, confirmou também que o projeto está em fase de estudos, mas que os participantes podem fazer emissões de moedas fictícias em testes. “Cada projeto emite sua própria versão fictícia de moeda digital, para uso na simulação do sistema que implementa o caso de uso proposto. Essas versões fictícias de moeda digital são apenas artifícios tecnológicos que viabilizam testes dos protótipos em desenvolvimento e não tem nenhum valor monetário real atrelado a elas.”

Reais digitais e o PIX

Muita gente fica se perguntando sobre a relação entre o real digital e o PIX, pois já temos no Brasil o sistema de pagamentos e transferências de forma instantânea. Então, surge essa dúvida no ar sobre a aplicação da moeda digital nacional e sua similaridade com o modelo.

Até porque muitos países passaram a desenvolver suas CBDCs como forma de aproveitar o blockchain para estimular transações instantâneas, 24 horas por dia e de modo global. No entanto, esta não é uma necessidade brasileira que conta com o PIX batendo recordes.

Inclusive, Aristides Andrade Cavalcante Neto, chefe-adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central, explicou em participação no evento Fintouch 22, em 28 de setembro, que, enquanto o PIX é uma forma digital baseada em reservas bancárias, o real digital não tem uma única fórmula, tendo diferentes aplicações para tratar problemas diferentes.

De acordo com o chefe-adjunto, a moeda digital brasileira pode funcionar, por exemplo, para garantir a segurança na compra de um carro usado. Neste caso, para não correr o risco de pagar por um produto antes de receber, o comprador pode utilizar o real digital para realizar um contrato pré-pago junto com o vendedor.

Assim, quando houve a transferência da titularidade do veículo, o pagamento pré-programado é concluído com sucesso.

Comparação com outras moedas nacionais

Ele ainda citou diferentes usos em cada país com o desenvolvimento de suas CBDCs. De acordo com Aristides, o Brasil não visa maior eficiência para pagamentos, como a China busca com seu yuan digital. Aliás, a moeda digital chinesa, mais adotada no mundo atualmente, atingiu a marca de cerca de US$ 14 bilhões em transações feitas durante sua fase de testes.

Na verdade, o Banco Central brasileiro quer incentivar a criação de novos produtos e modelos de negócios para contribuir com a inclusão financeira, além de dar visibilidade às trocas no sistema bancário. Igual acontece com a Nigéria.

Leia também: Bacen deve fazer novas regras do PIX contra fraudes e vazamentos de dados

Riscos da implementação dos reais digitais

Apesar da inovação e da disrupção no sistema bancário brasileiro, ainda há discussões sobre os novos riscos que a ‘circulação’ de reais digitais pode trazer.

A questão da segurança é uma das principais, já que as transações financeiras vão migrar de um ambiente todo regulado para o blockchain.

Outro impacto é em relação a fraudes e prevenção à lavagem de dinheiro. Como ficarão os processos e os cuidados sobre esses assuntos com o real digital? A tendência é que os órgãos reguladores estabeleçam ferramentas para ajudar a impedir tais problemas, assim como definam normas e medidas a serem seguidas por instituições financeiras no uso da CBDC brasileira do mesmo jeito que já acontece com o modelo tradicional.

Por fim, mais uma dúvida paira sobre como o sistema financeiro como um todo vai reagir a essa transformação e como essa transição digital pode afetar os bancos mais tradicionais. Na prática, devem-se criar novas oportunidades de negócios. Resta ver como cada instituição irá aproveitar.

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A digitalização do sistema financeiro não para nunca. Veio o PIX, o Open Finance e agora é a vez dos reais digitais. Hoje, o Brasil é visto como um dos principais países da vanguarda tecnológica no mercado. E quem não inova, vai ficar para trás, perdendo espaço para a concorrência.

Para se preparar para todos estes cenários e inovações, o seu banco ou instituição pode e deve implementar novas tecnologias voltadas para o onboarding digital, prevenção à lavagem de dinheiro, KYC, verificação de identidade de usuários, gerenciamento de riscos e muito mais.

Assim, é possível:

  • Evitar fraudes de identidade e de documentos
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